*Por Renato Brisola
Quando as condições do mercado se tornam difíceis e imprevisíveis, é compreensível que as empresas considerem a redução de custos como uma forma de manter a lucratividade e a continuidade do negócio. A redução de custos pode oferecer uma resposta rápida a questões urgentes, tais como: “Quanto podemos reduzir e ainda nos manter lucrativos?” e “Em quanto tempo podemos executar?” E isso traz um senso real do impacto em uma área totalmente dentro de seu controle – custos – em oposição à receita.
Mas, será que um impacto rápido é o mesmo que um impacto correto? O corte de custo direto não libera necessariamente mais dinheiro. Na verdade, isso limita suas escolhas para resolver grandes desafios financeiros, de compra e da cadeia de abastecimento em um momento em que optar pela solução correta realmente importa.
Em vez disso, os maiores líderes de empresas resilientes tendem a se fazer perguntas como:
· Como podemos diferenciar valor de desperdício?
· Quais investimentos nos colocarão em posição de crescimento mais tarde?
· Como manter nosso comprometimento com as políticas de meio ambiente, sociais e de governança?
· Existem ações a serem tomadas que não exijam corte no quadro de funcionários?
Essa linha de pensamento baseia-se em gastar o valor correto, nos lugares corretos e em momentos corretos. É uma estratégia de contenção de custos mais inteligente do que o corte generalizado. As empresas que fazem isso estão fortalecendo suas planilhas de balanço imediatamente e, simultaneamente, colocando-se a caminho da prosperidade.
Parece contra-intuitivo, mas a efetiva contenção de custos começa com o investimento. Sem um quadro completo, em tempo real, da saúde financeira, é extremamente difícil reduzir rapidamente os gastos da empresa ou redirecioná-los. É aqui que a prática do gerenciamento dos gastos corporativos (Business Spend Management – BSM, em inglês) é inestimável.
O BSM oferece uma visão holística e unificada de todos os gastos da empresa e a habilidade de tomar decisões sobre esses gastos rapidamente, além de variadas maneiras que podem ser usadas tratando-se da contenção de custos, tais como:
1 – Visibilidade: Saber como e quando ocorre o gasto
2 – Controle: transformar a visibilidade em um valor com a habilidade de agir rapidamente
3 – Aprovação: fixar e simplificar os processos de aprovação financeira
4 – Fornecedores: conduzir a adoção digital junto aos fornecedores
5 – Contratos: compreender suas opções para adiar os gastos e reter o dinheiro
6 - Pagamentos: simplificar e otimizar o processo de pagamento
7 – Serviços: identificar gastos excessivos com mão de obra e os próprios serviços
8 – Despesas: melhorar e forçar as políticas de viagem e despesas
9 – Abastecimento: economizar rapidamente com abastecimento estratégico
10 - Riscos e ESG: reduzir o risco durante seus compromissos de ESG
No atual ambiente macroeconômico, com os custos em elevação, inflação alta, aumento da taxa de juros e um mercado global incerto, uma coisa é clara – nós estaremos em águas agitadas por um tempo. Construir uma organização resiliente é a chave para navegar momentos de ruptura atuais e futuros.
Além disso, este não é o momento para se tomar decisões precipitadas. É hora de parar e reavaliar. As empresas de desempenho resiliente irão emergir deste ambiente em uma posição de forte crescimento.
Antecipem-se às incertezas com uma disciplina inteligente e com o uso da tecnologia a favor do seu negócio. Visibilidade e controle por meio da transformação digital serão grandes aliados não importando o que o futuro trouxer.
Renato Brisola é vice-presidente e general manager Latam da Coupa