Pesquisa indica que 92% das crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos são usuárias de internet
Com as férias escolares surge um desafio para os pais e responsáveis sobre como fazer com que os filhos aproveitem mais o tempo livre com atividades que vão além dos celulares, tablets, computadores e videogames. Isso porque o digital está cada vez mais presente no cotidiano dos pequenos. De acordo com a última pesquisa TIC Kids Online, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, somente em 2022, 92% da população com idade entre 9 e 17 anos era usuária de Internet no país, e o celular o dispositivo mais usado por crianças e adolescentes.
Para Heitor Cunha, CEO da CodeBit, empresa especializada nas áreas de em tecnologia de desenvolvimento e infraestrutura em nuvem, que criou o CodeWall, uma plataforma que possibilita o uso consciente da internet e auxilia na rotina familiar por meio de seu aplicativo, as sugestões e influência do meio digital para crianças e adolescentes demanda atenção redobrada, uma vez que possuem outro parâmetro de mundo e capacidade crítica.
“Desde pequenas, crianças são submetidas ao universo virtual e seus aplicativos, ficando vulneráveis, uma vez que são muito facilmente influenciadas pelos algoritmos. E comecei a ver isso com meu próprio filho. Talvez por estar dentro do universo tecnológico, pude ver com mais clareza os malefícios que um uso desenfreado poderia causar. Estava tornando-se mais agressivo e muito mais impaciente, com indícios claros de um vício. Além disso, sua capacidade criativa e de memorização tornava-se cada vez menor. Por isso, estabelecer rotinas é benéfico não apenas pelos resultados, mas pelo ensino de limites e combinados”, reforça o CEO.
Pensando nisso, o executivo lista alguns caminhos que podem auxiliar os pais e responsáveis a diminuir o tempo dos filhos em frente a aparelhos tecnológicos fora do período escolar.
1. Limitar o tempo de uso
Um dos principais pontos é estabelecer limites, que devem ser combinados entre as duas partes. Isto é, utilizar os dispositivos eletrônicos, como televisão, celular, videogame ou computador, por até duas horas diárias que podem ser em dois momentos do dia, por exemplo. A existência de pausas é fundamental para quebrar a conexão. Com o uso contínuo cortado em determinados momentos do dia, a busca por outras tarefas ao ar livre ou recreativas aumenta.
2. Controlar a rotina de sono
Mesmo nas férias, é importante manter a regularidade dos momentos de descanso. O acesso à internet antes de dormir é um dos principais fatores que causam condições como ansiedade e insônia, considerando que estimulam muito o cérebro. Para garantir uma boa higiene do sono, é necessário que os pais orientem os filhos e estabeleçam o combinado de não acessar os aparelhos próximo ao horário de dormir, além de promover um ambiente mais aconchegante e calmo.
3. Incentivar brincadeiras lúdicas
Mostrar que para além das telas, também existem outras práticas que podem ser atrativas é fundamental. Pais e responsáveis devem incentivar brincadeiras com outras crianças, o que contribui para a interação social. Além disso, atividades ao ar livre como andar de bicicleta, pular corda, melhoram não só a saúde física e o desenvolvimento como também a qualidade do sono. Atividades como pintar e moldar ajudam a estimular a criatividade, favorecendo o desenvolvimento cognitivo.
“Hoje, minha relação com meu filho com a internet é outra: ele voltou a desempenhar tarefas cognitivas, aumentou criatividade, memória, reduziu a ansiedade, passou a cumprir horários e diversos outros benefícios. Isso porque consegui passar mais tranquilidade e leveza nas comunicações sem me alterar e ele também absorveu isso”, finaliza Heitor Cunha.