No Brasil, o termo Venture Capital tem se popularizado cada vez mais e se você tem uma startup, com toda certeza se interessou pelo artigo apenas lendo a primeira linha. De maneira direta e resumida, para quem ainda não sabe, a famosa Venture Capital é um tipo de investimento focado 100% em tecnologia e em startups com modelo de negócios provado no mercado. Se você já captou  investimento anjo e seed, sabe que Venture Capital é o melhor caminho para continuar crescendo e entregando o produto com qualidade.

É natural que a cada ano uma vertical ou segmento chame mais atenção dos investidores. Por exemplo, durante a pandemia e-commerce, varejo e fintechs foram os setores que atraíram muita atenção dos investidores no período. Mas importante notar, isso ocorreu devido ao cenário atual. Em 2022, podemos ter uma nova camada de setores nessa condição. Sabemos que isso significa uma única coisa: "get the best deal done".

Uma das principais qualidades de um bom investidor é ter uma capacidade aguçada de perceber os próximos passos e movimentos do mercado, saber investir o seu dinheiro no lugar e na hora certa, escolhendo bons founders e produtos.

Por isso é tão importante analisarmos com atenção alguns segmentos do mercado que vem chamando a atenção de fundos internacionais e investidores do mercado financeiro, com potencial de IPO (Oferta Pública Inicial) no futuro. Para ajudá-los nessa missão, separei alguns setores queridinhos dos investidores:

1. Fintechs: a liberdade financeira é o principal ponto aqui. Em um mercado como o brasileiro, em que a maioria da população é desbancarizada, mas tem acesso a um smartphone, o empoderamento financeiro das pessoas passa obrigatoriamente pela melhoria do ecossistema bancário, e as fintechs têm um papel fundamental nesse quesito. Sejam elas para facilitar acesso bancário, distribuição de crédito ou facilitar meios de pagamento.

2. Edtechs: o mercado muda constantemente e a tendência é que o trabalho se torne híbrido e cada vez mais pessoas optem pelo trabalho remoto. Além disso, constantemente novas profissões surgem no mercado e, sabemos muito bem que, a academia e educação formal não possuem condições de acompanharem essa velocidade. Por isso, formações EAD, plataformas de distribuição de infoprodutos, empresas especializadas em recrutamento e treinamento de mão-de-obra se tornam um novo caminho, muitas vezes necessário.

3. Healthtechs: a pandemia demonstrou a todos que a saúde é um cuidado fundamental. No mercado como o brasileiro, o acesso à saúde de qualidade ainda custa caro, mas os serviços de healthtechs de telemedicina, por exemplo, abriram espaço para facilitação de prestação de serviços médicos. Outras healthtechs que atuam na área de diagnóstico, fizeram com que preços e custos de ferramentas e produtos caíssem muito rapidamente.

4. Retailtechs: o varejo é sem dúvidas o motor da economia de um país, pois quanto mais dinheiro há no mercado, mais consumo temos, mais as indústrias produzem. Dessa forma, empresas de tecnologia do varejo estão trabalhando de maneira ubíqua o consumo, seja no ponto de venda físico ou no digital. Por outro lado, temos exemplos de plataformas de e-commerce que se tornam cada vez mais a realidade do mercado de varejo; especialmente durante o período da pandemia.

5. Construtechs: No Brasil, temos diversos exemplos de startups fortes nesse setor, inclusive algumas já se tornaram unicórnios, e uma delas surgiu em meio a pandemia. O que isso significa? O mercado imobiliário ainda é uma forte barreira para o brasileiro, pois é altamente burocrático, mas as ferramentas tecnológicas podem trazer grande impacto para as pessoas e é um terreno fértil para investidores e startups.

*Amure Pinho é empreendedor há mais de 10 anos, já foi presidente da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), investidor-anjo em 35 startups e founder do Investidores.vc.