Existem muitos obstáculos no caminho do sucesso das mulheres até que elas cheguem a objetivos maiores de vida ou de carreira. É sabido que um dos nossos grandes desafios é conseguir equilibrar as responsabilidades pessoais e profissionais com a mesma qualidade e com a sensação de estarmos fazendo um bom “trabalho” em ambas
Desafios como esses ainda impactam muito nossas decisões, mas, no Dia Internacional da Mulher, é importante refletir sobre um outro tema que, durante minha trajetória, tenho observado com muita frequência: a falsa noção de que não estamos prontas para assumir cargos mais elevados nas organizações, o que nos afasta da realização profissional.
Uma pesquisa recente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) mostra que apenas 29% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres na indústria brasileira, portanto, ainda há muito espaço a ser conquistado. Existem muitas variáveis que passam pela falta de oportunidade, machismo e questões sociais. Mas também há uma problemática de gênero: a nossa autossabotagem
Estimativas mundiais projetam que, apesar de ainda não ser um transtorno psicológico catalogado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a “Síndrome do Impostor” - em que pessoas se autossabotam ou criam uma percepção de incompetência -, já atingiu 70% das pessoas em algum momento da vida - e as mais impactadas somos nós mulheres.
Em minha experiência, noto que muitas acreditam não estar prontas para alçar voos maiores. Muitas vezes, quando sabemos de um processo seletivo, se não entendermos que estamos alinhadas 90% ou 100% com a vaga, não nos candidatamos. Enquanto isso, os homens seguem com mais confiança, mesmo não atendendo diversos requisitos.
De maneira geral, as empresas ainda estão diversificando seus quadros para que as mulheres tenham mais espaço de protagonismo, mas os números seguem abaixo do ideal. Em empresas de tecnologia, por exemplo, o ambiente ainda é muito masculino, mas na Simpress temos feito um trabalho de encorajar nossos talentos femininos a buscar o crescimento, acreditar que são capazes e se candidatarem para essas posições-chaves.
Nosso esforço visa torná-las mais confiantes ao reforçar o quanto são capazes. Isso não significa, necessariamente, que elas se transformem em supermulheres ou algo parecido, mas que estejam dispostas a crescer nas empresas e a se desenvolver, pois a disposição de aprender mais e sempre é uma característica feminina muito positiva.
Esse é um processo contínuo: quanto mais exemplos de mulheres protagonistas em suas áreas, e isso tem aumentado com o passar dos anos, mais elas inspiram as outras e, assim, criamos uma teia de desenvolvimento de liderança feminina.
Ao reconhecermos as potencialidades, talentos e forças que estão em nós, estamos prontas para assumir os riscos e as responsabilidades que os altos cargos trazem. Poderemos atuar nas áreas em que realmente queremos estar e não apenas onde a cultura vigente até aqui diz que é mais apropriado. Nós mulheres podemos muito mais!!
Feliz Dia Internacional da Mulher!
*Georgia Rivellino é Diretora de Marketing e Produtos da Simpress, líder em outsourcing de equipamentos de TI.