Por Maycon Xavier, diretor de Planejamento e Tráfego da Neo
A cada dia que passa, as empresas têm se dado conta de como os dados são importantes para impulsionar os resultados e contribuir para o crescimento no mercado. Em paralelo a isso, a área de Business Intelligence, também chamada de BI ou inteligência de negócios, se torna mais necessária dentro das organizações e processos.
Antes de mais nada, Bi é um conjunto de técnicas, ferramentas, estruturas e processos orientados pela tecnologia, que através da coleta, organização, segmentação e transformação de dados brutos em grandes quantidades (que sozinhos, não significam muita coisa) em informações essenciais para ajudar executivos, gerentes e outros usuários finais corporativos a tomar decisões de negócios bem informadas
Apesar desse conceito ser praticado há muito tempo, o BI e seus profissionais sofreram grande aprimoramento ao longo do tempo, e com a aceleração da transformação digital devido a pandemia, incorporaram novas tecnologias como soluções de Inteligência Artificial, Analitcs, transformando ferramentas e profissionais de inteligência de negócios, em verdadeiras plataformas de inteligência de decisão.
As empresas podem possuir diversas informações, entretanto, elas só fazem sentido se forem organizadas e analisadas por profissionais capazes de transformá-las em inteligência. Isoladamente, esse material pode não dizer muita coisa, mas o BI as cruza, estruturando e formando indicadores que transmitem mensagens claras e efetivas para atingir novos objetivos e resultados dentro das empresas.
Com toda essa riqueza de dados em mãos, a organização tem uma base sólida e confiável para tomada de decisões, monitoramento de concorrências e qualquer outra demanda estratégica que necessite de amparo técnico e de informações.
Não à toa, essa área cresce cada vez mais no mundo do varejo, um dos mercados mais competitivos. Segundo o estudo da IDC (International Data Corporation), o mercado global total de Business Intelligence e Analytics atingiu cerca de 19 bilhões de dólares no último ano e a expectativa para o futuro é que o crescimento do segmento vai acelerar, à medida que as empresas adotarem a transformação digital.
Com tantas vantagens, o BI vem ganhando cada vez mais espaço nas corporações e, como reflexo dessa crescente demanda, estão faltando profissionais qualificados no mercado. E, mesmo com uma remuneração atrativa, podendo ganhar muito acima da média salarial nacional, ainda falta especialização adequada para combater essa escassez de mão de obra.
Esse cenário é reflexo do crescimento do mercado de Tecnologia da Informação e vem gerando um déficit de profissionais para o segmento. Há pouco tempo, eles ocupavam basicamente funções de analista de MIS, analistas de negócios, bem como suas variações. A especialização demandada nos últimos anos, e que como mencionado, se intensificou com a pandemia, despertando uma profunda valorização dessas carreiras.
A carência desses profissionais acarreta na descontinuidade dos projetos, bem como na supervalorização de recém-formados sem muita experiência na área. Além disso, com a rotatividade, os analistas ficam pouco tempo nas empresas, o que ocasiona a falta de profundidade e conhecimento do negócio.
Os profissionais que pensam em ingressar nessa área devem avaliar a grande valorização do setor, a boa remuneração, mas entender que o BI vai além de construir boas planilhas ou dominar SQL, o profissional de BI, precisa ter capacidade analítica de criticar as informações que está gerando, visão de negócio para entender quais informações retiradas dos dados brutos podem produzir valor agregado aos gestores, organizado e orientado a processos para entender as demandas especificando de forma adequada e garantindo o alinhamento de expectativa e entrega e, acima de tudo, ter proatividade para inovar sempre, surpreender e enxergar nos dados aquilo que mais ninguém viu. Enfim, é o conhecimento multidisciplinar se tornando peça chave das organizações.