As 5 lições do maior encontro de startups do mundo
Juliano Dias, CEO da Meetz
Estive recentemente com a minha empresa no Web Summit, em Lisboa, que reuniu mais de 40 mil pessoas para falar sobre inovação e futuro. Com ambiente acolhedor e muito dinâmico, pude conviver com um número substancial de oradores, startups e grandes empresas, além de representantes de governos como Reino Unido, Espanha, Qatar e Brasil, oferecendo informações e abrindo portas para a expansão para os seus mercados.
A questão é que as grandes empresas e os governos já se deram conta do imenso impacto que as startups causam no mundo como um todo, especialmente nos mercados mais tradicionais. Por entenderem isso, estão abrindo cada vez mais as suas portas para que as novas tecnologias tenham espaço em ambientes onde antes se via muita resistência. Além disso, grandes empresas estão nitidamente fazendo o possível para estarem presentes nessa nova onda, exemplos disso são os programas de startups da Oracle e a presença de representantes de empresas como Riachuelo e BTG.
- Há fundos para tudo e para todos
A quantidade e a qualidade dos investidores-anjo e fundos de venture capital está crescendo a cada dia. Se o seu negócio tem um bom mercado e a mínima tração, certamente há por aí um fundo para chamar de sócio. Obviamente estamos falando em algo que ainda leva tempo, exige paciência e muita resiliência dos empreendedores, mas sabemos que geralmente, se o foco é crescer mais rapidamente, vale a pena buscar um sócio-investidor, especialmente quando ele traz conhecimento, acesso a novos clientes, mentores e muito mais, o que chamamos de smart money.
- Mercado B2B mais abrangente
Dentro do universo B2B, o número de startups oferecendo as mais diversas soluções para pequenas, médias e grandes empresas cresce a cada dia, principalmente nas áreas de Recursos Humanos (especialmente tech talent), governança e business intelligence. São soluções para os mais diversos problemas, desde dashboards até serviços de relocation para atender às novas demandas do trabalho remoto.
- Soluções no-code e low-code ganham cada vez mais espaço
Por conta da escassez de profissionais de tecnologia, a oferta de soluções no-code e low-code é gigante e tende a crescer ainda mais. A ideia é que com times menos especializados ou até mesmo sem nenhum conhecimento em programação, consigam criar soluções para as suas dores "arrastando e soltando" algumas caixinhas e formulários, criando assim os seus próprios fluxos de processos, apps, sistemas e sites, sem a necessidade de pagar fortunas por um time de tecnologia.
- Programação é a linguagem do futuro
Se os dados são considerados o novo ouro, tenho certeza que a programação é o novo inglês. A demanda por profissionais de tecnologia está muito longe de ser suprida e é um verdadeiro absurdo o volume de empresas buscando soluções para contratação. A dor é tamanha que várias empresas presentes no evento estão criando programas de formação dos seus próprios times para suprir as suas necessidades. Paralelamente, vi inúmeras empresas de outsourcing oferecendo seus serviços, ao mesmo tempo que também sofrem com a escassez de profissionais, o que causa obviamente um aumento dos preços praticados, seguindo a lei do mercado, quanto maior a demanda e menor a oferta, maior o preço.
- Ser Data-driven é fundamental
Do que vi no Web Summit 2021, algo que acredito que tenha muito impacto no mercado, é o uso de dados para entendimento e previsão de comportamentos é, para mim, o que gerará maior impacto na sociedade e no mercado nos próximos anos. Afinal, com o conhecimento que a data science oferecerá para as empresas e empreendedores, poderemos criar muitas soluções para problemas atuais e outros que ainda nem mesmo existem, mas com o olhar diretamente focado no mercado, suas tendências, desejos, dores e comportamentos.
Saí muito impressionado com o nível de tecnologia desenvolvida e as aplicações nas áreas de data science, analytics e inteligência artificial, e isso nos inspira a investir e desenvolver ainda mais o nosso produto, com o olhar voltado para o nosso cliente e os resultados que eles buscam ao nos contratar. Inovação é a palavra que temos usado para definir o que vimos no evento. Acredito que a inovação é a criatividade aplicada e gerando riqueza material e de conhecimento. Isso me impactou positivamente e me ajudou a entender como podemos melhorar ainda mais o nosso roadmap de desenvolvimento do nosso produto, abrindo novos horizontes e possibilidades para a criatividade e principalmente para a inovação.
Durante o Web Summit 2021, inauguramos um novo escritório Meetz em Lisboa, de onde serão definidas as estratégias da companhia, mirando a expansão projetada para o mercado brasileiro e europeu, onde já atuamos diariamente atendendo diversas empresas que buscam abrir mercado em todo o Brasil e em países do velho continente como Portugal, Ucrânia, Reino Unido e Alemanha. Pudemos viver intensamente todos os dias do evento e também participando de eventos paralelos. Estamos tão encantados com as possibilidades e o nível de conhecimento que pudemos vivenciar que já estamos em negociação para um espaço como partner do evento na edição de 2022, quando desejamos investir fortemente para apoiar os nossos clientes a abrirem as portas das grandes oportunidades mundo afora.
*Juliano Dias é fundador e CEO da Meetz, startup que oferece uma solução tecnológica de ponta a ponta para prospecção de clientes B2B.