Muito se fala sobre a redução de investimento no ecossistema de startups, e em comparação com o ano passado, no primeiro semestre de 2021, US$ 5,2 bilhões foram investidos nesse segmento no Brasil, contra US$ 2,92 bilhões de montante no mesmo período deste ano, segundo levantamento do Distrito. Mesmo em um cenário de incertezas, os CEOs e representantes de empresas e startups brasileiras apresentam um sentimento de confiança para o crescimento das organizações que comandam nos próximos três anos.
Ainda segundo dados fazem parte do estudo CEO Outlook 2022, realizado pela consultoria KPMG, 94% desses líderes se dizem muito confiantes quanto à escalada das companhias. O otimismo é maior que em 2021, quando alcançou 88%, e supera a média global deste ano, de 85%. Pensando nesse cenário, 6 CEOs de empresas e startups revelam os principais desafios do ano de 2022 e os aprendizados para 2023 para vislumbrar o crescimento. Veja abaixo!
Francisco Pereira, CEO da Trademaster
Para Francisco Pereira, CEO da Trademaster, fintech que alavanca as vendas nas cadeias de distribuição e impulsiona o crescimento sustentável do varejo, os principais desafios de 2022, foram o de aprender a trabalhar com o modelo híbrido e a capacidade de adaptação da operação, principalmente após a reabertura física se consolidar depois do período mais severo da pandemia. “Para este novo momento, desenhamos um escritório funcional, fizemos novas contratações estratégicas e mudamos o posicionamento da cultura da empresa”, explica Pereira. Além disso, 2022 foi um ano de adaptação dos modelos de concessão de limites e compreensão do mercado, o que gerou grandes aprendizados que seguirão em 2023, como a capacidade de flexibilidade e adaptação do nosso modelo de crédito e time. “Isto vai gerar a necessidade de manter as equipes mais engajadas, especialmente em um ano em que o crescimento econômico ainda é incerto”, finaliza Francisco.
Jon Prestini, cofundador e COO da IdoLink
Para o COO e um dos fundadores da IdoLink, Jon Prestini, o ano foi de aprendizagem e crescimento, "2022 foi um ano em constante mudança, e como fundador de uma startup é possível notar que o tempo dela não é igual ao tempo de mercado. É desafiador gerir o tempo e quando falamos de tecnologia, tudo está ao nosso alcance, acontecendo e mudando simultaneamente . Além disso, o planejado pode - e na maioria dos casos vai - sair dos trilhos, por isso sempre precisamos estar nos adaptando para seguir em frente". Em 2023, apesar de tempos diferentes, vai ser fundamental estar planejado e preparado para novidades e imprevistos que podem acontecer.
Mônica Hauck, CEO e cofundadora da Sólides
"Em 2022, o principal foco da Sólides foi manter o crescimento sustentável, oferecendo tudo que as empresas precisam para a gestão de pessoas. Com o aporte da Warburg Pincus e o M&A da Tangerino, nós nos mantivemos como a empresa líder do setor e chegamos à marca de 24 mil clientes", reflete a CEO da Sólides, Mônica Hauck, sobre as conquistas de 2022.
Para 2023, a empresa continua focada em entregar a Jornada do Colaborador completa, com tudo que o RH e o DP precisam em um só lugar, contando ainda com novas experiências. "Nosso trabalho será melhorar não apenas a jornada dos funcionários, atuando em toda a parte de valorização dos colaboradores, mas sempre pensar também na lucratividade das empresas. Continuamos oferecendo tecnologia acessível e de qualidade, porque uma gestão de pessoas eficiente e completa será um grande diferencial para o mercado no próximo ano", finaliza a executiva.
Ana Meneguini, fundadora da ITM
“Acho que um dos grandes desafios de 2022 foi lidar com as ‘emoções’ do mercado. Um ano que combinou a volta ao normal depois do lockdown de 21, com eleições e copa do mundo trouxe muita intensidade e ansiedade para as PMEs mas também lições de resiliência e equilíbrio na atenção com as saúdes física e mental, aprendizados que me deixam confortável para iniciar 2023 com muita disposição e a certeza de que será um ano de crescimento a despeito das intempéries; para ele, minha aposta é foco na excelência da execução criativa e no aumento rentabilidade através de estratégias de posicionamento de marca”, explica.
Guilherme Wiering, sócio-fundador da Pratika
"Este ano de 2022 teve o maior volume de negócios que 2020 e 2021, já com um maior controle da pandemia e apesar da guerra na Europa. Mas por conta das eleições, houve muitas mudanças de cenário, especialmente no 3º trimestre, quando muitas empresas tiveram que lidar com incertezas para o planejamento de 2023. Isso parece ter afetado a velocidade de algumas decisões de investimento ou a postergação das mesmas. Agora, 2023 começará com o desafio de estabilizar um pouco mais as decisões de investimento e preparar as empresas para o próximo ciclo de 4 anos que se inicia em janeiro. Possivelmente ainda um ano com aceleração mais lenta no começo, até o mercado entender os rumos efetivos do novo governo e a tendência da inflação. Na Pratika, vamos acelerar mais rápido nosso plano comercial. O aprendizado é que ficar esperando às vezes traz um preço ainda mais alto para o futuro próximo", ressalta.
Cristiane Giordano, CEO da Funcional Health Tech
Para a CEO da Funcional Health Tech, Cristiane Jordano, foram dois os principais desafios do ano. "Primeiro como continuar com o foco no cliente final, entendendo as necessidades individuais de cada um ao mesmo tempo que consolidamos isso no nosso negócio e oferecemos produtos escaláveis. Além de, claro, como manter a cultura de uma empresa viva, mantendo o engajamento das pessoas que interagem conosco e mostrando a Funcional em um cenário novo no mercado", explica a executiva.
Como aprendizados, Cristiane ressalta a importância dos dados para alavancar negócios. "A tomada de decisões em todas as empresas precisa ser baseada em dados. Cada vez mais, nós ajudamos os nossos parceiros com informações de qualidade e insights para que estratégias sejam bem desenhadas", finaliza.