Para o sistema financeiro brasileiro o momento é de transformação, não só quando falamos de tecnologia, mas também em relação à educação dentro desse tema, já que atualmente as pessoas estão cada vez mais preocupadas em entender e compreender diversas peculiaridades ligadas às suas finanças.

Para se ter uma ideia do quão defasado nosso país está em relação à inclusão financeira, de acordo com a Financial Group e o Centre for Economics and Business Research (Cebr), dos 42 países analisados no estudo, o Brasil está em 35º lugar, atrás de países como Índia, Quênia, Turquia e África do Sul. O top 5 é liderado por Cingapura, Estados Unidos, Suécia, Hong Kong e Finlândia.

E é aí que entram as fintechs, instituições financeiras que propõem mudanças e oferecem serviços trazendo benefícios para os clientes. Sabemos que quando falamos sobre finanças, já nos vem à cabeça os sistemas burocráticos e engessados que muitos bancos tradicionais oferecem aos seus clientes, mas o crescimento das fintechs tem rompido diversas barreiras proporcionando o que há de mais inovador no sistema financeiro. Segundo o levantamento Inside Fintech, feito pela Distrito, consultoria de inovação aberta,  entre 2016 e 2022 surgiram 513 novas startups do setor financeiro. Já são 1.289 startups desse tipo atuando no Brasil.

Quando falamos sobre inclusão, por exemplo,  o Banco Central (BC) afirma que em dez anos (2008 - 2018), o acesso ao cartão de crédito, por exemplo, passou de 43% para 51%. Esse crescimento está ligado aos benefícios, isenção de taxas e facilidade oferecidas pelas fintechs. Nesse cenário, listo algumas questões que considero importantes para impulsionar a educação financeira em nosso país:

Controle Financeiro

Ter controle financeiro é indispensável e para isso as fintechs possibilitam a criação de aplicativos com fácil acesso para que todos possam monitorar suas finanças, desde o planejamento até o controle das entradas e saídas;

Negociação de Dívidas

Quando o assunto é negociação de dívidas, muitas vezes não sabemos nem por onde começar, para isso as fintechs possuem soluções que auxiliam no processo de negociação das dívidas com diversos bancos e empresas,e proporcionam taxas de juros mais baixas;

Empréstimos

Muitos acabam utilizando  o cheque especial como alternativa, mas na verdade, esse método pode resultar em grandes juros, dificultar os processos e comprometer as finanças. Desta forma, algumas soluções auxiliam a comparação de diferentes linhas de crédito (marketplaces).

Contas Digitais, Cartões e Meios de Pagamento

Esses itens trouxeram a concorrência com os serviços bancários tradicionais, pois não é mais necessário ir até as agências físicas para abrir uma conta, efetuar pagamentos ou resolver problemas financeiros, isso facilita o acesso às pessoas que moram distantes desses estabelecimentos.

Por fim, acredito que investir em novos meios financeiros é indispensável. Esse artigo mostra o quanto a desburocratização auxilia e facilita o dia a dia em relação às finanças, que na maioria das vezes, é considerado  uma verdadeira dor de cabeça! Pense sobre isso, são questões que ajudam a impulsionar a educação financeira em nosso país.

*Maria Cristina Kopacek é Co-fundadora da Idez, fintech especializada em serviços financeiros para PMEs, que atua sob o modelo Bank as a service.