Fabio Iamada*

O mercado de Tecnologia da Informação nunca esteve tão aquecido. Profissionais das mais diversificadas áreas movimentam e ditam o ritmo frenético do mundo deste negócio que tem presença garantida em todos os segmentos e core business mundo afora.

E não basta somente ter formação superior em cursos de TI, um idioma em nível avançado como inglês, espanhol, alemão, entre outros, ou ainda, experiência consolidada na área, ter trabalhado com metodologias ágeis, com mentalidade orientada para produtos específicos, conhecimentos em arquitetura de microsserviços, em governança de API (gerenciamento de contratos, controle de versão) e em muitas linguagens técnicas. Todas essas importantíssimas habilidades, é claro, são de grande valor para atuar nesse mercado em ebulição, especialmente, nos últimos meses. No entanto, precisamos falar de outros atributos que o nosso mercado tanto carece.

Importante ressaltar que devemos buscar e formar um profissional que vá muito além do conhecimento, que absorva o DNA da empresa, que compartilhe dos mesmos valores e princípios. Certamente, o conhecimento que se adquire é fundamental, mas o “core” de um profissional é construído ao longo dos seus anos de experiência, desde a sua formação primária. Atualmente, as empresas buscam os profissionais somente com base no conhecimento técnico sem levar muito em conta esses valores, muito em função da escassez de mão de obra qualificada, principalmente no segmento de TI. Sem dúvida, investir em pessoas que compartilham a essência dessa visão traz muito mais valor a todos os envolvidos.

É até um tanto delicado, mas todos nós precisamos ter o cuidado e a transparência na conduta ao contratar profissionais já com uma sólida formação ou em formação. O ponto convergente é que esses profissionais são bastante requisitados pelo mercado, mas devemos ter critérios éticos para dar a real dimensão a todas as qualificações acima mencionadas e avaliar o quão maduras são para, então, determinar o investimento salarial a cada função específica. E, aqui, é preciso reforçar que esse amadurecimento não passa somente pelo tempo que está no cargo, mas, sim, pela permanência nos projetos envolvidos, que passam por várias etapas e culminam com a entrega efetiva deste trabalho. Ou seja, é extremamente relevante levar para a carreira profissional o ciclo completo e os resultados conquistados nesses projetos realizados.

Esse movimentado setor de TI tem sido alvo de um troca-troca constante de profissionais que ‘não esquentam’ a cadeira e logo estão em outro emprego. Eu acredito que o mais apropriado para empregador e colaborador é formar esse profissional desde o início de sua carreira, dando a ele condições de crescimento, valorizando seu interesse e, principalmente, oferecendo benefícios de ganhos de conhecimento com cursos que somam tanto ao seu currículo. Ambos ganham. Ganham valuation. Efetivam sua mão de obra, tornando cada vez mais qualificada. Conquistam muitos aprendizados, senioridade, confiança, proatividade, credibilidade, domínio e segurança e fortalecem seus laços com a empresa que trabalham, com os clientes que atendem, com o produto que desenvolvem, enfim, ampliam exponencialmente sua experiência, sua bagagem, então, temos aí um ciclo completo para a sólida formação deste profissional.

Sem contar que, por fim, nesse ecossistema de carreira profissional, terão seus passes mais valorizados e poderão elevar ainda mais seus ganhos financeiros e consolidar-se em um patamar de remuneração adequada e satisfatória.

*Fabio Iamada é diretor da ORYS, consultoria especializada em inteligência de dados