Por Ana Alice Limongi, Diretora de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Neo

É notório o espaço que nós, mulheres, conquistamos no mundo corporativo, e cada vez mais a liderança feminina ganha destaque em pequenas, médias e grandes empresas. Mas, infelizmente, ainda não são todas as organizações que perceberam as vantagens da diversidade de gênero nos negócios.

Segundo a 16ª edição da pesquisa International Business Report – Women in Business, da Grant Thornton, em 2020 a proporção de mulheres em cargos de liderança foi a mesma do ano anterior. Como em 2019 o aumento foi de cinco pontos percentuais em relação a 2018, o resultado representa uma estagnação do progresso anterior. Contudo, em 2019, foi observada a maior proporção de mulheres em cargos de liderança já registrada no IBR, cerca de 29%. Em mais de 15 anos, a proporção de mulheres em cargos de liderança aumentou dez pontos percentuais e, positivamente, a proporção de empresas de médio porte com pelo menos uma mulher em cargo de liderança globalmente foi mantida em 87%, o que representa um aumento acumulado de quase 20% nos últimos cinco anos.

Apesar dos números positivos sinalizados pelo IBR, as empresas precisam saber onde estão antes de implementarem iniciativas de gênero apropriadas. E cabe às organizações criarem ambientes seguros para a promoção da diversidade. Construir um ambiente inclusivo é essencial para atrair e reter os melhores talentos, sobretudo os talentos femininos. Um componente essencial para a criação de uma cultura efetiva é fazer as mulheres sentirem que são capazes de expressar livremente diferentes opiniões, cometer erros sem censura, e que seus superiores estarão abertos a suas ideias. Um cenário no qual todos esses elementos existam no ambiente de trabalho é de segurança psicológica para todos os colaboradores - e colaboradoras.

Isso, particularmente, é o que acontece na Neo, empresa da qual me orgulho em fazer parte há 13 anos, e onde atuo como Diretora de Desenvolvimento Humano e Organizacional. A companhia sempre dá oportunidade para que mulheres exerçam cargos de liderança, desde a operação, até o board diretivo - tanto que, além de mim, mais duas colegas exercem posições de comando em diretorias estratégicas. Nossa participação com igualdade, reconhecimento, respeito e desenvolvimento profissional trouxe resultados concretos.

Essa evolução que leva as mulheres à liderança, em meu entendimento, é o que traz benefícios para os dois lados: para as mulheres, que ganham oportunidades profissionais justas, e para as empresas, que conseguem melhorar resultados, colocar em prática valores organizacionais, atrair e reter colaboradores.

Companhias que possuem liderança feminina observam melhorias na performance, maior motivação e engajamento das equipes, bem como relacionamentos interpessoais favoráveis, maior propensão ao trabalho em equipe, incremento da visão sistêmica e atenção mais apurada a detalhes que podem fazer a diferença.

Isso não significa, de forma alguma, que devemos retirar os homens dos postos de comando. Pelo contrário, já que homens e mulheres possuem habilidades e características distintas, porém complementares. Sendo assim, quanto mais equilibrado for um time, maior a chance da performance atingir patamares elevados.

Tenha em mente que os profissionais, independentemente do sexo, precisam ser avaliados e aperfeiçoados pelos resultados e empenho que apresentam. Rotular colaboradores, dar margem para a discriminação ou tomar decisões pautadas em comodismo são ações que não contribuirão para o amadurecimento do negócio. Sendo assim, deixo uma reflexão para este Dia Internacional da Mulher: quanto mais abrangente forem as políticas internas de desenvolvimento profissional, mais qualificada será o quadro de colaboradores. Colocar a competência, o potencial e a performance em primeiro lugar é o primeiro degrau da escada do sucesso. Por isso, troque a flor e o chocolate por inclusão e diversidade. Suas colaboradoras agradecem.