Segundo Firjan, modelo que segue caminho contrário ao mercado convencional movimentou R$ 171,5 bilhões em 2017

Apesar da desaceleração do comércio global, a economia criativa segue em expansão, com taxas de crescimento de 7% nas exportações, segundo indica o mais recente relatório da United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD), responsável por descrever tendências no setor. As inovações tecnológicas e a criatividade permitem que novos nichos e mercados surjam dentro de casa, a partir de necessidades rotineiras das pessoas. Somente em 2017, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), calculou que o segmento gerou mais de 25 mil postos de trabalho e movimentou R$ 171,5 bilhões.

Com foco principal na entrega de resultado e não especificamente no cumprimento das oito horas de trabalho diárias – limite máximo definido pela Constituição –, a economia criativa tende a reter talentos da chamada geração Y, preocupada com qualidade de vida e bem-estar, e ser alternativa às profissões tradicionais. A principal força das indústrias criativas incluem as áreas de arquitetura, artes, publicidade e marketing, mídia e publicação e software. Com maior desempenho estão o design e as artes visuais, que representam 54% das exportações de produtos criativos.

O valor do mercado global de bens criativos saltou de U$ 208 bilhões, em 2002, para U$ 509 bilhões em 2015. "Assistimos uma intensa transformação no mercado de trabalho, que vem impulsionando profissões ligadas a criação de bens e serviços que usam a criatividade e o capital intelectual como matéria prima. Um movimento que abre portas para as pessoas seguirem carreiras criativas, e não apenas aquelas tradicionais como a de advogado, médico, dentre outras", explica Murillo Alcantara, fundador e CEO da startup EasyMovie.

Foi esse pensamento, atrelado ao de economia GIG, que fez com que o executivo desenvolvesse, há dois anos, um negócio inovador capaz de empregar milhares de produtores audiovisuais em uma plataforma. A EasyMovie, como foi batizada a startup, conecta esses profissionais a clientes e empresas que buscam produzir e editar vídeos de maneira simples, rápida e bem menos burocrática. Nela, é possível simplesmente falar seu pedido pelo recurso de áudio, escolher a melhor proposta e acompanhar todo o processo de produção pela tela do computador ou celular, sem precisar acumular aquela grande troca de e-mails que costuma acontecer em um processo tradicional de criação de vídeo.

A plataforma gera oportunidade para profissionais do Brasil inteiro encontrarem diferentes tipos de demanda e aceitarem o trabalho mais conveniente, de acordo com sua disponibilidade, preço e afinidade com o tema. "Para alguns profissionais, esta é uma maneira de continuar na empresa em que já trabalha, por exemplo, e ter uma renda extra no final do mês com a plataforma", afirma Murillo. Outro fator importante é que esse modelo de negócio oferece oportunidades para profissionais que não conseguem entrar no mercado de trabalho ou que perderam o emprego.

O mercado global de mídia e entretenimento deve movimentar US$ 2,23 trilhões em 2021, segundo a PwC. Nesse cenário, o executivo pretende, nos próximos dois anos, alcançar a marca de dez mil produtores audiovisuais parceiros e expandir sua área de atuação para 30 países, com início previsto para o segundo semestre de 2019.

SOBRE A EASYMOVIE:

A EasyMovie é uma plataforma que facilita a experiência de criação de vídeos entre produtores audiovisuais e clientes. Criada em 2016 pelo empreendedor Murillo Alcantara, a startup simplifica de ponta-a-ponta o processo de contratação e produção dos mais variados tipos de vídeo, desde o briefing até a produção. Com uma interface simples e fácil, é possível registrar pedidos descrevendo-os ou simplesmente falando para a plataforma, por meio da tecnologia de áudio. Em poucas horas, o cliente começa a receber orçamentos de diferentes produtores, escolhe a melhor proposta e, a partir daí, acompanha todo o processo de realização do vídeo, entregues com maior facilidade e menor burocracia, mantendo a qualidade do produto.