Nos últimos anos, empresas dos mais variados setores passaram a dar cada vez mais atenção à diversidade e, com isso, evidenciaram um desafio de todo o mercado de se criar uma cultura mais inclusiva para superar desafios estruturais da sociedade. Isso fica ainda mais evidente dentro do mercado de tecnologia: de acordo com um estudo realizado pela Revolent, 73% das profissionais de tecnologia acreditam que exista desigualdade de gênero na indústria e 64% não acreditam que seu empregador pague homens e mulheres igualmente. Na contramão do setor, a TruePay viu o seu time de colaboradores chegar a 57% de mulheres, negros e LGBTQIA+ em pouco mais de um ano da sua criação.

A fintech, fundada em dezembro de 2020 com a missão de trazer ao mercado uma solução de pagamentos inovadora para ajudar no acesso a crédito grátis e seguro para o empreendedor brasileiro, tem atraído cada vez mais um perfil de colaborador engajado e diverso. Nos últimos três meses, a empresa registrou um aumento de 222% no seu quadro de funcionários. Do total de funcionários, as mulheres representam 31%, negros totalizam 9,7% e membros da comunidade LGBTQiA+ somam 26,21%.

Para Rodrigo Santos, líder de Cultura e Desenvolvimento da TruePay, a  diversidade e inclusão acontecem com naturalidade dentro da empresa, já é um tema que faz parte do propósito e da cultura organizacional da startup. Segundo ele, a criação de um ambiente inclusivo só acontece quando a cultura da empresa e a diversificação da equipe são demonstradas aos candidatos. “Nossas lideranças de RH, por exemplo, são de etnias e gêneros diversos, o que gera uma conexão e um sentimento de acolhimento maior em entrevistas com pessoas candidatas que compartilhem daquela vivência. Não adianta defendermos a diversidade apenas da boca para fora, temos que mostrar quem somos na prática”, explica.

Rodrigo, que é gay, diz que sempre se sentiu à vontade para mostrar a sua verdadeira personalidade quando fez o processo seletivo para entrar na fintech paulistana. “O cenário é diferente quando você percebe que os líderes da empresa são negros, gays, vindos das favelas. A diversidade é encarada com naturalidade dentro da empresa e, por isso, desde o começo me senti acolhido por ser quem eu sou”, complementa.

Para o segundo trimestre de 2022, a empresa planeja aumentar ainda mais a diversidade em seu quadro de funcionários. Para isso, a fintech que recebeu um aporte Series A no valor de R$176 milhões no ano passado criou um projeto intitulado “trilha da diversidade”. O primeiro passo será com vagas afirmativas disponibilizadas para as áreas de Tecnologia, Dados e Jurídico.

Diversidade acontece de dentro para fora
Na TruePay, a preocupação com a diversidade começa na contratação e segue durante toda a jornada do colaborador. Quando uma pessoa nova é contratada, em especial de populações minorizadas, ela é convidada a indicar outras para fazer parte do time. “Essa estratégia costuma dar certo pois é uma questão de identificação. Quando a pessoa começa a trabalhar conosco e se sente acolhida, é natural que ela indique conhecidos e/ou conhecidas com bagagens diversas, pois confia na jornada que será oferecida aqui dentro”, explica.
Assim que um novo colaborador é contratado, é feito um onboarding para explicar todas as normas da empresa, que tem como princípio máximo o respeito. Nenhum abuso ou desrespeito é tolerado internamente e um canal interno para denúncias é disponibilizado para todo o time. Porém, esse canal nunca precisou ser utilizado. “Dentro da TruePay não temos espaço para discriminação. A diversidade faz parte da nossa cultura e não faz diferença o seu gênero, sua etnia ou orientação sexual, como deveria ser em qualquer outra empresa”, finaliza.