A epilepsia é uma doença neurológica crônica que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta de 1% a 2% da população mundial. Segundo a Associação Brasileira de Epilepsia (ABE), o período de férias requer um planejamento cuidadoso para que as pessoas com epilepsia e seus familiares aproveitem, minimizando riscos e promovendo o bem-estar.

A Dra. Laura Guilhoto, neurologista e presidente de honra da Associação Brasileira de Epilepsia, recomenda que os pacientes mantenham uma rotina regular de medicamentos, evitando interrupções durante as férias. Certificar-se de que há comprimidos suficientes para todo o passeio e manter uma lista atualizada das prescrições são medidas cruciais.

O estresse pode desencadear crises epilépticas e as expectativas relacionadas à viagem podem contribuir para o aumento da ansiedade. A ABE aconselha a praticar técnicas de relaxamento, como a meditação, e estar ciente dos próprios limites. Compartilhar informações sobre a epilepsia com companheiros de férias também é uma medida preventiva.

Durante as atividades aquáticas, a supervisão é essencial. Pessoas com epilepsia devem evitar nadar sozinhas e optar por locais com salva-vidas. Informar os colegas sobre como agir em caso de crise é fundamental para uma resposta rápida e eficaz, caso seja necessário.

A exposição ao sol e a desidratação podem influenciar o bem-estar de quem tem epilepsia. Manter-se hidratado e protegido do sol, principalmente em destinos quentes, é fundamental. Além disso, o descanso adequado e a gestão do sono contribuem para o controle das crises.

A conscientização pública sobre a epilepsia é a chave para as pessoas poderem ajudar em uma emergência. Compreender e saber como agir em situações específicas pode fazer a diferença. Orientar familiares, amigos e até mesmo pessoas que não convivem diretamente com a doença, favorece a criação de um ambiente mais acolhedor e seguro para todos.

Protocolo C.A.L.M.A.

O C.A.L.M.A, um protocolo elaborado pela ABE, pode ser uma ótima ajuda em casos de urgência, já que consiste em cinco passos fundamentais para apoio em primeiros socorros na crise convulsiva. São eles:

1 – COLOQUE a pessoa de lado, com a cabeça elevada para que não se sufoque com a saliva;

2 – APOIE a cabeça da pessoa para proteção em algo macio (ex: mochilas, blusas, jalecos);

3 – LOCALIZE objetos que possam machucar a pessoa e afaste-os (ex: óculos, correntes, móveis e roupas apertadas);

4 – MONITORE o tempo. Caso a crise dure mais que 5 minutos ou acontecer outra logo após a primeira, ligue para o SAMU (192);

5 – ACOMPANHE a pessoa até ela acordar. Em caso de ferimentos ou caso seja a primeira crise, ligue para o SAMU (192).