Assessora Pedagógica do SAE Digital explica quais são os possíveis danos aos estudantes e como os pais podem ajudar neste momento delicado

Desde que a pandemia tomou conta do mundo, é cada vez mais difícil ler um jornal ou assistir ao noticiário e não se deparar com tragédias ou notícias desanimadoras. Esse tipo de pauta gera grandes transtornos para as pessoas, inclusive aos estudantes. A preocupação maior está na adolescência, período do Ensino Médio em que a maioria dos jovens se preparam para os vestibulares e Enem, exames que cobram do aluno argumentações consistentes, principalmente na redação, com a aplicação de seu conhecimento para a resolução de problemas na realidade que o cerca.

Para Angela Victorino, Assessora Pedagógica do SAE Digital, o excesso desse tipo de notícia pode aumentar significativamente as chances de os jovens desenvolverem quadros depressivos e desmotiva-los durante o período de aprendizagem, até paralisando a construção do ensino. “A adolescência é um momento de intensas mudanças, tanto emocionais como comportamentais. Para eles, todo o processo de uma nova rotina enfrentada por conta do isolamento social e a ausência das aulas presenciais já trazem grandes impactos na sua saúde mental”, comenta a pedagoga.

Este é o perfil dos jovens que, nos últimos dias, têm vivido constantes incertezas de como será a vida universitária. Na última semana, o Diretor de Avaliação da Educação Básica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Gomes da Silva, foi exonerado do cargo. Além disso, os calendários das provas das grandes universidades federais e estaduais do país não têm mais uma data definida. Todos esses fatos contribuem para gerar mais ansiedade e distúrbios emocionais. “Os adolescentes, muitas vezes, têm um perfil inquieto e irritadiço. Isso é um reflexo da redução das conexões de uma área do cérebro chamada núcleo acumbente, responsável pela dopamina, um neurotransmissor cujo papel é levar informações para várias partes do corpo. Quando liberada, a dopamina provoca a sensação de prazer e aumenta a motivação. Caso a produção desse hormônio seja baixa, aumentam os sentimentos de fadiga, falta de motivação e até mesmo comportamento viciante, impactando no desenvolvimento desse jovem”, explica Victorino.

Esse processo de desmotivação, desaceleração da aprendizagem e paralisação levam o estudante a ter ataques contínuos de fúria ou simplesmente ignorar a realidade. São dois comportamentos assim representados: o vício na leitura de notícias ruins ou o desinteresse total por atualizações do cotidiano, com o intuito de preservar sua sanidade mental. “Imagina, o estudante que está no processo de buscar e se dedicar ao máximo o seu crescimento na vida adulta e profissional. Quando existe apenas uma avalanche de notícias ruins, sem esperança de algo melhorar, esse aluno tende a pensar ‘se o mundo não tem jeito, para quê preciso encontrar um caminho?’”, alerta a especialista.

Para ajudar os alunos a não perderem o foco e não abandonarem os estudos, Angela revela que é importante ter atividades saudáveis no meio da rotina. “Entre uma leitura ou outra desse tipo de notícia, faça algo que o agrade e que traga bons sentimentos. Estar atento e informado requer um filtro, tenha cuidado com fontes e, principalmente, cuidado com as fake news”, aconselha.

Já para os pais, a Assessora Pedagógica do SAE Digital sugere a conversa rotineira sobre os fatos que vêm acontecendo pelo mundo. “Use esses temas para debater de forma saudável com o seu filho. Esse exercício estimula o jovem a buscar informações relevantes, a argumentar e expor suas opiniões, além de aprender a ouvir opiniões diferentes, construindo novos argumentos”, explica.

Ainda segundo a especialista, o sistema de ensino também pode ser um importante aliado neste momento de pandemia. Por exemplo, com os materiais do SAE Digital, é possível realizar leituras críticas da realidade, efetuar a resolução de situações-problema e da hierarquização e sistematização dos objetos de conhecimento. “Os alunos têm a oportunidade de ampliar o desenvolvimento das competências necessárias à aprovação na universidade escolhida por eles e, consequentemente, em seu convívio social”, conclui Angela Victorino.