Por Sandro Bernardi, Head da Divisão de Produtos da Diebold Nixdorf no Brasil
As instituições financeiras estão constantemente avaliando novas maneiras de levar mais benefícios a clientes cada vez mais exigentes. Hoje, reavaliam o papel de suas agências para transformá-las em espaços multifuncionais, cujo foco principal passa a ser construir relacionamentos sólidos e fornecer orientações para as pessoas sobre como podem melhor gerenciar as suas finanças pessoais ou empresariais. Diante dessa nova abordagem, os bancos também reconhecem a necessidade de continuar atendendo as altas demandas da sociedade brasileira por dinheiro em espécie e veem na implementação de caixas eletrônicos fora de suas dependências uma estratégia importante.
Embora tenhamos testemunhado uma adoção significativa das transações digitais nos últimos anos, ainda há uma parcela muito importante de consumidores que prefere usar dinheiro físico no seu dia a dia. Este fenômeno é evidenciado pelo fato de que, mesmo com a crescente digitalização, o ativo circulante no Brasil continua altamente relevante, com mais de 7,4 bilhões de notas e 30,8 bilhões de moedas, somando R$ 331 bilhões.
À medida que a utilização de dinheiro persiste, observamos uma tendência de consolidação dos caixas eletrônicos, também chamados de ATMs, como ponte para o acesso a ele e a inúmeros serviços. Muitos bancos estão optando por instalar equipamentos em localidades diversas para permitir ainda mais inclusão financeira das pessoas. Com a maior distribuição desses equipamentos em lugares bastante movimentados como shopping centers, postos de gasolina e grandes varejos, já podemos dizer que não é mais a população que vai até o banco. Com os ATMs presentes nesses ambientes, os bancos vão até as pessoas.
Essa estratégia de implementação oferece vantagens significativas, pois esses recintos atendem a critérios específicos, como alta circulação de pessoas, acesso todos os dias da semana e espaço suficiente para operação e manutenção dos dispositivos. Além de oferecer conveniência aos consumidores, a instalação dos caixas eletrônicos também pode beneficiar os proprietários dos comércios onde estão localizados. Enquanto oferecem uma acessibilidade valiosa aos cidadãos, os comerciantes também geram oportunidades maiores para a visibilidade e venda de seus próprios produtos, a partir do aumento da movimentação no local.
Os consumidores se acostumaram a interagir com seu provedor financeiro em qualquer lugar e a qualquer momento. Manter o ATM onde eles passam seu tempo e realizam suas atividades diárias oferece não apenas comodidade, mas também mais valor ao serviço. A partir de caixas eletrônicos desenvolvidos com o conceito ATM as a Branch, ou seja, para atuarem como uma agência bancária completa, os clientes agora podem desfrutar de funcionalidades como o depósito de cheques e dinheiro instantâneo, cujos valores são disponibilizados imediatamente na conta bancária, o que antes só era possível diretamente nos guichês de atendimento humano. Vale ressaltar que os ATMs também já são capazes de realizar muito mais do que saque e pagamento de contas, e fornecem uma ampla gama de soluções bancárias.
Para as instituições financeiras, implementar caixas fora de suas dependências ajuda a reduzir seus custos enquanto expandem a presença física e continuam a fornecer acesso a dinheiro para seus clientes. Além disso, permite atender a uma outra importante demanda dos consumidores atualmente: a sustentabilidade. Esse novo modelo pode ser colocado em prática em locais com espaço reduzido, com iniciativas de design e operação mais ecológicas, equipamentos com consumo de energia reduzido e fabricados a partir de materiais recicláveis que contribuem para a preservação do meio ambiente, refletindo o compromisso com práticas responsáveis.
Serviços bancários oferecidos em lugares alternativos pelas cidades representam uma oportunidade estratégica para as instituições seguirem atendendo as preferências dos clientes, enquanto apoiam a democratização do acesso ao sistema financeiro, especialmente em localidades que não possuem agências bancárias. Ao ampliar a disponibilidade de pontos de retirada de dinheiro e de acesso a produtos financeiros completos a partir dos caixas eletrônicos, é possível facilitar as transações cotidianas dos cidadãos, promover a inclusão financeira e contribuir para o desenvolvimento econômico do país de forma única.