“Sim, aqui nós oferecemos planos de carreira para os colaboradores”
Quem nunca ouviu essa frase em entrevistas de emprego, que atire a primeira pedra. Esse sempre foi um dos itens tratados como diferenciais para milhares de empresas em todo o mundo por muitos anos. Porém, com as incontáveis transformações que o mundo tem passado, manter esse discurso não apenas é arcaico, como totalmente improdutivo. Nosso mundo é volátil, dinâmico e as pessoas desejam ser protagonistas dessas mudanças.
Com a chegada das novas gerações ao mercado de trabalho, é imperativo que os gestores entendam as mudanças e as apliquem para atrair e reter os principais talentos. Os jovens não mais desejam passar 10 ou 20 anos na mesma companhia, no mesmo cargo, fazendo a mesma função - como era algo visto como positivo nas gerações anteriores. Eles desejam se sentir desafiados a resolver problemas do mundo real, ou seja, aquilo que chamamos de “problemas cabeludos”.
Eles procuram por empresas e cargos cada vez mais flexíveis e onde possam desenvolver diferentes soft skills, ou seja, capacidades que vão além dos conhecimentos técnicos que são passados nas faculdades. Além disso, mesmo que a companhia ofereça esse chamado “plano de carreira”, é preciso que ele não seja imposto. Portanto, é necessário manter um canal aberto e diálogos customizados com cada colaborador, para juntos traçarem planos que realmente façam sentido para cada um.
É necessário entender, de uma vez por todas, que insistir em métodos antigos (que tiveram sua contribuição à época em que foram criados), não gerará um real valor para nenhum dos agentes envolvidos, como empresa, colaborador, líderes e até mesmo a sociedade como um todo. Vale destacar que os novos profissionais precisam ter em mente que a oportunidade da carreira está alinhada com seus propósitos de vida.
Por fim, o que gera uma paixão genuína entre colaborador e empresa não é, necessariamente, um plano de crescimento para daqui 5 anos. O gancho de sucesso está, na verdade, na possibilidade de desenvolvimento por meio da resolução de problemas reais, ou seja, que tenham um impacto em sua vida e no entorno que se vive.
*Flávio Guimarães é CEO e fundador da Escalada Corporativa, uma comunidade de executivos renomados que desejam construir um novo mundo corporativo: mais gentil, humano e mais voltado à geração de valor, promovendo transformação e legado.