Gartner alerta que 80% dos conselheiros acreditam que as práticas e estruturas atuais dos Conselhos de Administração são inadequadas para supervisionar a Inteligência Artificial

91% dos diretores não executivos veem a Inteligência Artificial como uma oportunidade de gerar valor aos acionistas

De acordo com nova pesquisa do Gartner, Inc., 80% dos membros dos boards (Non-Executive Directors - NEDs) acreditam que as práticas e estruturas atuais dos Conselhos de Administração são inadequadas para supervisionar a Inteligência Artificial (IA) de forma eficaz. No entanto, 91% desses membros enxergam a IA como uma oportunidade de gerar valor para os acionistas, em vez de um risco. 
"Os Conselhos de Administração são notavelmente otimistas quanto ao potencial de valor da Inteligência Artificial, até mais do que CEOs (Chief Executive Officers), CIOs (Chief Information Officers) e outros executivos, conforme comparado com estudos do Gartner", diz Daniel Sanchez Reina, Vice-Presidente e Analista do Gartner. "No entanto, a maioria dos Conselhos reconhece que não está bem-preparada para supervisionar a IA, pois a maioria dos membros não são nativos digitais e carecem de formação tecnológica. Até recentemente, tópicos de tecnologia raramente ocupavam um tempo significativo nas agendas dos Conselhos. Mas o risco cibernético e a Inteligência Artificial estão mudando isso, e os diretores não executivos estão se movendo rapidamente para aumentar seus conhecimentos tecnológicos e encontrar novas formas de supervisão." 
A 2025 Gartner Board of Directors Survey foi realizada por meio de uma pesquisa realizada de junho e agosto de 2024 com 328 participantes da América do Norte, América Latina, Europa e Ásia-Pacífico, todos ocupando posições de membros do board de empresas privadas ou públicas. 
 
Riscos cibernéticos são universalmente percebidos como uma ameaça ao valor para os acionistas: 
Os Conselhos de Administração também demonstram forte consenso em relação aos riscos cibernéticos, com 93% vendo-os como uma ameaça ao valor dos acionistas. Além disso, expressam preocupações semelhantes sobre a capacidade dos Conselhos de Administração de supervisionar ameaças cibernéticas em rápida evolução, com 67% classificando as práticas e estruturas atuais dos Conselhos como inadequadas para lidar com riscos cibernéticos. "Os NEDs quase unanimemente reconhecem os riscos cibernéticos e expressam preocupação com as práticas atuais dos Conselhos para oferecer supervisão eficaz. No entanto, a maioria dos NEDs (58%) manifesta interesse em assumir mais riscos tecnológicos, em vez de menos", afirma Tina Nunno, Vice-Presidente e Analista do Gartner. 
 
Conselhos defendem investimentos em tecnologia para impulsionar o valor para os acionistas: O interesse dos diretores não executivos em Inteligência Artificial, riscos cibernéticos e tecnologia de maneira mais ampla também se reflete em investimentos. Quando questionados sobre os cinco principais investimentos que levariam a um maior valor para os acionistas nos próximos dois anos, a IA foi a principal escolha geral, figurando no top 5 de 63% dos respondentes. Outras tecnologias além da Inteligência Artificial apareceram no top 5 de 57% dos participantes, e investimentos em riscos cibernéticos para 39%. 

​​​​​​​“Os Conselhos de Administração já superam a curiosidade sobre Inteligência Artificial e agora engajam ativamente seus CEOs e equipes de gestão para entender as oportunidades de usar a IA para fornecer eficiências e gerar novas oportunidades de receita”, diz Nunno. 
Para lidar com oportunidades tecnológicas e lacunas nas estruturas atuais de supervisão, os Conselhos planejam recrutar mais diretores não executivos e CEOs com expertise em tecnologia e riscos cibernéticos. A pesquisa indica que 77% dos membros do board afirmaram que terão que nomear mais diretores com experiência em tecnologia nos próximos 12 meses. Além disso, 72% disseram que precisarão recrutar mais diretores com conhecimento em riscos cibernéticos, enquanto 53% consideram que a expertise tecnológica do próximo CEO será um fator significativo no planejamento de sucessão. 
"A disposição dos conselheiros em realizar mudanças estruturais nos Conselhos e ajustar o perfil de recrutamento de CEOs indica que eles acreditam que a tecnologia será um fator crítico para gerar valor aos acionistas no futuro", destaca Nunno. Segundo ele, em 2025, os NEDs buscarão a orientação de CIOs e CISOs (Chief Information Security Officers) para compreender as oportunidades e riscos para suas indústrias e empresas. No entanto, pode ser necessário ajustar a forma como esses profissionais se comunicam com os Conselhos. 
"Os NEDs entrevistados expressaram forte preferência pelas comunicações fornecidas pelos seus CEOs e CFOs (Chief Financial Officers), que muitas vezes são de natureza fortemente financeira e estão diretamente ligadas às demonstrações financeiras", explica Nunno. "Sempre que possível, CIOs e CISOs devem se concentrar em comunicar impactos financeiros e riscos para aumentar a eficácia de suas mensagens."