Gartner prevê que os gastos mundiais dos governos com TI crescerão 6,8% em 2023
Modernização de sistemas legados e a melhoria do acesso a serviços críticos serão os principais impulsionadores dos gastos governamentais com TI
O Gartner, líder mundial em pesquisa e aconselhamento para empresas, prevê que os gastos governamentais com TI em todo o mundo deverão chegar a US$ 588,9 bilhões em 2023, o que representa um aumento de 6,8% em relação a 2022.
“As organizações governamentais continuam a modernizar a infraestrutura legada de TI e a investir em iniciativas que melhoram o acesso a serviços digitais, uma vez que os cidadãos seguem exigindo experiências semelhantes às interações online que fazem no setor privado”, afirma Daniel Snyder, Diretor Analista do Gartner. A estrutura de Experiência Total (TX – de Total Experience, em inglês), que ajuda as agências a gerenciar as interações entre colaboradores e cidadãos, está permitindo a transformação e permanecerá entre os principais impulsionadores dos gastos com TI em 2023, segundo o analista.
Além de melhorar a experiência e o engajamento dos cidadãos, uma estratégia coesa de Experiência Total ajudará os governos a aprimorarem suas habilidades digitais e a alfabetizarem suas forças de trabalho, fornecendo ferramentas e abordagens modernas para diminuir o atrito no trabalho do governo. Deixar de construir uma estratégia sólida de Experiência Total aumentará a fricção dos serviços, levando ao risco de atrasos e experiências abaixo do esperado.
Em 2023, a previsão é que os gastos governamentais com TI aumentem em todos os segmentos, exceto na área de dispositivos, à medida que os usuários finais do governo estão estendendo a vida útil de seus equipamentos adquiridos no início da pandemia. Assim, software será o segmento de maior crescimento em 2023, seguido por serviços de TI.
Previsão de gastos governamentais com TI em todo o mundo (em milhões de dólares americanos)
|
Gastos em 2021 |
Crescimento em 2021 (%) |
Gastos em 2022 |
Crescimento em 2022 (%) |
Gastos em 2023 |
Crescimento em 2023 (%) |
Data Center |
23,1 |
7 |
25 |
8,4 |
25,1 |
0,5 |
Dispositivos |
37,5 |
11,6 |
34,7 |
-7,3 |
34,6 |
-0,4 |
Serviços Internos |
68,4 |
-1,9 |
67,1 |
-2 |
68,6 |
2,2 |
Serviços de TI |
185,5 |
10,8 |
193,9 |
4,5 |
209,2 |
7,9 |
Software |
148,9 |
16,2 |
162,8 |
9,3 |
183,1 |
12,5 |
Serviços de Telecom |
71,7 |
1,4 |
67,7 |
-5,5 |
68,2 |
0,6 |
Total |
535,3 |
8,9 |
551,4 |
3 |
588,9 |
6,8 |
Fonte: Gartner (Dezembro de 2022)
Iniciativas como migração de serviços para ambientes em Nuvem, modernização de aplicações e fortalecimento da segurança da rede estão entre as principais prioridades de inovação nas quais os governos estão focados para melhorar o envolvimento e a satisfação dos usuários.
Líderes de TI dos governos priorizarão o uso aprimorado de dados e a digitalização – De acordo com a mais recente pesquisa do Gartner com Chief Information Officers (CIOs) e Executivos de Tecnologia para 2023, a transformação digital, o aproveitamento e o uso eficaz dos dados e a modernização da tecnologia são as três principais prioridades dos líderes de TI dos governos.
“Cumprir essas prioridades depende do estabelecimento de uma visão digital compartilhada em toda a organização e da integração dessa visão às estratégias de nível empresarial”, diz Apeksha Kaushik, Analista do Gartner. Em alinhamento com essas prioridades, os investimentos aumentarão em segurança cibernética, modernização de aplicações, plataformas de Nuvem, tecnologias de integração como Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (Aprendizado de Máquina) e ferramentas de análise de negócios e dados, diz a analista.
Ao mesmo tempo, os CIOs terão de enfrentar desafios como a variação das expectativas dos públicos interessados e o desenvolvimento de planos de ação adequados. “Os executivos responsáveis por TI nos governos precisarão abordar as preocupações da transformação digital com os objetivos das missões de suas organizações e usuários. Por isso, é recomendado trabalhar colaborativamente com os executivos do governo para garantir um entendimento compartilhado da visão, roteiro e ligação com as prioridades de missão crítica”, destaca Kaushik.