O aumento da relevância da inteligência artificial, impulsionado pelo surgimento da IA generativa em 2022, levou o Grupo Stefanini a intensificar seus investimentos nesta tecnologia. A empresa, que adquiriu uma startup de IA há 14 anos, já se posicionava como inovadora no setor.
Desde 2018, a Stefanini tem explorado modelos Large Language Models (LLMs), colocando-se na vanguarda da adoção de IA generativa em suas diversas ofertas, que incluem Aplicações, Cibersegurança, Cloud, Digital Workplace, Indústria 4.0, Infraestrutura Híbrida, Marketing e Tecnologias Financeiras.
Atualmente, mais de 100 clientes de diferentes setores estão utilizando soluções de inteligência artificial desenvolvidas pelo grupo, totalizando 250 casos de IA aplicada. “Esse número demonstra nossa autoridade em inteligência artificial e como podemos auxiliar na implementação dessa tecnologia para gerar resultados de negócios”, destaca Marco Stefanini, fundador e CEO Global.
O grupo ampliou sua meta de investimento, passando de R$ 1 bilhão, entre 2023 e 2026, para R$ 2 bilhões até 2027, com foco em fusões e aquisições (M&A). As novas empresas serão turbinadas com inteligência artificial do grupo.
A expectativa é que a empresa alcance um crescimento de 14% este ano, resultando em um faturamento global próximo de R$ 8 bilhões.
“Hoje, a IA generativa impulsiona a entrega de valor aos clientes com maior velocidade e qualidade", destaca o executivo, que recentemente subiu ao palco do Web Summit Lisboa, um dos maiores eventos de inovação do mundo, para abordar a construção de ecossistemas na era de IA.
Segundo Marco Stefanini, a inteligência artificial tem se mostrado essencial na transformação digital e no crescimento das organizações. "Fomos pioneiros, temos histórico e sabemos como auxiliar os clientes em todas as fases dessa jornada."
Hype X Desilusão
O setor de tecnologia frequentemente passa por ciclos de novidade, hype e desilusão. O Gartner Hype Cycle, uma ferramenta útil para entender a evolução das tecnologias emergentes, divide esse ciclo em cinco fases: inovação, pico de expectativas, vale de desilusão, rampa de iluminação e platô de produtividade.
Fabio Caversan, vice-presidente de Inovação e Negócios Digitais da Stefanini para América do Norte e APAC, explica que muitas empresas têm investido em IA, mas ainda não perceberam retorno. Isso pode ocorrer porque a solução adotada não era a mais adequada ao problema ou porque não contaram com um parceiro capaz de oferecer a estratégia correta. Este fenômeno é conhecido como "vale da desilusão", segundo o Gartner.
Caversan ressalta que, após o lançamento de uma tecnologia emergente, as lideranças frequentemente enfrentam frustração ao não ver resultados imediatos, até que as empresas finalmente atinjam o ciclo de produtividade. "A velocidade de adoção da IA entre as pessoas é mais rápida que no ambiente corporativo", observa.
"Por isso, as empresas precisam mudar seu mindset. Antes de iniciar um projeto de IA, é fundamental identificar o problema a ser resolvido, avaliar os riscos e considerar as possíveis. Caso a IA se mostre a melhor opção, é hora de avançar para a implementação da tecnologia. Com mais de uma década de experiência em inteligência artificial, nossa abordagem é de parceria, ajudando os clientes a superarem desafios”, explica Caversan, responsável pelo Centro de Excelência de IA global da Stefanini, inaugurado este ano na sede do Grupo nos Estados Unidos. Atualmente, a empresa possui centros de desenvolvimento de IA em todas as regiões onde atua, incluindo dois no Brasil.
O fundador do Grupo Stefanini, Marco Stefanini, alerta para o erro comum de implementar a Inteligência Artificial apenas por uma questão de moda ou medo de perder oportunidades. “Qualquer tecnologia deve ser utilizada somente se resolver um problema real das pessoas. É por isso que os executivos devem procurar parceiros que possam auxiliar em todo o processo”, afirma. Para ele, a inteligência artificial vai muito além de simplesmente usar prompts; trata-se de gerar agilidade e eficiência para viabilizar estratégias de negócios.
Reconhecido como um dos líderes no desenvolvimento e aplicação de IA, o Grupo Stefanini oferece a plataforma Stefanini Artificial Intelligence (SAI), projetada para facilitar a implementação da tecnologia em empresas de qualquer segmento. Com mais de 8 mil aceleradores validados em diversas indústrias, a plataforma utiliza os melhores LLMs disponíveis no mercado, oferecendo aos clientes a flexibilidade e personalização que necessitam.
Casos de uso
Atualmente, o Grupo Stefanini reúne diversos casos de uso de IA ao redor do mundo. A tecnologia é capaz de responder a ameaças cibernéticas em tempo real, identificar transações incomuns para evitar fraudes e aprimorar a qualidade do Service Desk com assistentes digitais inteligentes e multilíngues. Nos centros de desenvolvimento de software, a tecnologia auxilia os clientes nos testes, elevando o nível de qualidade e reduzindo o time to market.
Com a Stefanini Artificial Intelligence (SAI), é possível migrar aplicações de tecnologias antigas para novas, reduzindo custos e adotando as melhores práticas de segurança cibernética. O aprendizado de máquina permite identificar padrões associados a fraudes, realizar varreduras de aplicativos e reconhecer e bloquear e-mails de phishing.
A IA generativa também pode ser utilizada em vendas para analisar o comportamento do consumidor e prever a próxima compra; na automação da triagem de currículos e em treinamentos; na área jurídica para verificar contratos e garantir que atendam às políticas estabelecidas; na análise de dados para personalizar o atendimento ao cliente e retê-lo, assim como na logística, otimizando rotas de entrega com base em tráfego, clima e outras variáveis.
Resultados concretos
Com a inteligência artificial, a Stefanini desenvolveu um projeto em parceria com um dos maiores bancos privados do Brasil, permitindo que a instituição conhecesse profundamente seus clientes, colocando-os no centro das decisões sobre suas estratégias de negócios. Em outra iniciativa bem-sucedida com o uso de IA, o mesmo banco conseguiu dobrar, em um ano, a meta inicial de receita com a comercialização de um produto, posicionando-se como o principal canal de vendas de uma grande marca de tecnologia.
Em uma outra instituição financeira, a IA generativa reduziu em cerca de 76% o tempo para realizar as demandas jurídicas. As tarefas automatizadas possibilitaram uma execução rápida e eficiente do trabalho, resultando em uma redução de 45% na quantidade de repetições nas comunicações relacionadas ao atendimento dos ofícios, elevando o NPS do banco digital.
Em uma grande campanha publicitária para o relançamento de uma fragrância nostálgica no Brasil, a utilização de IA em toda a campanha resultou em um engajamento significativo da comunidade: 42% acima da meta de desempenho em apenas 10 dias, com uma média de 17 produtos vendidos por minuto durante o ciclo de vendas.
Com uma solução que abrange variáveis ambientais sensíveis, como qualidade do ar e da água, além da detecção de incêndios florestais, por meio da análise de dados, tecnologia IoT e algoritmos de aprendizado de máquina, o Grupo Stefanini ajudou uma empresa de mineração a reduzir o impacto ambiental negativo proveniente de eventos adversos na floresta amazônica.
Na mesma empresa, a coleta de dados em tempo real reduziu os deslocamentos em campo de 600 km para 200 km e, consequentemente, diminuiu a exposição dos colaboradores a riscos. Se antes eram necessários 7 dias para coletar os dados de 35 estações, hoje as informações são atualizadas a cada 5 minutos. Esses avanços não apenas otimizaram as operações da mineradora, mas também proporcionaram uma gestão ambiental mais eficiente, alinhada às melhores práticas de sustentabilidade.
Reconhecimento Internacional
Em setembro, o Grupo Stefanini foi destacado como um case da INSEAD, uma das principais escolas de negócios do mundo, por seu perfil ambidestro. Essa designação demonstra como a empresa, de origem brasileira, aproveitou oportunidades de mercado durante as crises globais para se tornar um grupo de presença mundial, reinventando-se para oferecer soluções completas baseadas em inteligência artificial.
O estudo de caso ressalta que, no Grupo Stefanini, a ambidestria gera novas fontes de crescimento e valor, especialmente devido ao pioneirismo no uso da IA. Segundo o autor do estudo, Prof. Felipe Monteiro, as competências adquiridas pela Stefanini serão essenciais nesse contexto de rápida adoção de IA no Brasil e no mundo.