No primeiro trimestre de 2019, o número de pessoas que decidiram trabalhar por conta própria atingiu um dos maiores índices dos últimos quatro anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já são quase 24 milhões de brasileiros trabalhando sem carteira assinada.
Uma pesquisa feita pelo International Workplace Group (IWG) em 2018 apontou que 83% dos entrevistados acreditam que a flexibilidade da jornada é um argumento decisivo na hora de escolher uma proposta de emprego. Isso significa que as empresas têm se adaptado cada vez mais a esse cenário, apostando na contratação de PJs para diminuir os custos da folha de pagamento e atrair talentos.
Para os profissionais, essa é uma opção de ganhar qualidade de vida e de quebra incrementar a renda, já que fica mais fácil prestar serviços para mais de uma empresa ao mesmo tempo e até mesmo para organizações situadas fora do Brasil.
Graças aos avanços tecnológicos que impulsionam a produtividade dos profissionais, quem trabalha com marketing digital, e-sports, tecnologia da informação, tradução e até mesmo saúde, entre inúmeras outras áreas, também está mais propenso a atuar como pessoa jurídica, prestando serviços de forma autônoma.
No entanto, ao abrir uma empresa, esses profissionais passam ter que emitir notas fiscais e arcar com os custos da empresa, que incluem a contratação de um contador, pagamento de tributos e previdência privada, entre diversas outras funções burocráticas. Tudo isso em um dos países em que cidadãos e empresários mais gastam tempo para calcular e pagar impostos (para uma empresa de médio porte, por exemplo, o número chega a 1.958 horas por ano, em média).
Esses desafios podem gerar algumas inseguranças e tomam um tempo precioso do profissional, que por sua vez abre mão de parte de suas horas de trabalho para lidar com questões administrativas.
Husky ao resgate
Tiago Santos e Maurício Carvalho, ambos engenheiros de software, enfrentaram todos esses problemas durante anos, enquanto prestavam serviços para empresas do exterior. Em um primeiro momento, o que mais os incomodava era lentidão dos bancos tradicionais e taxas de câmbio abusivas na hora de receber pagamentos em moeda estrangeira. Essa dor compartilhada fez com que os dois se unissem para criar uma solução.
Assim surgiu a Husky, que se encarrega de tarefas burocráticas para que PJs possam se concentrar em suas carreiras. A princípio dedicada a prestar um serviço de câmbio ágil sob taxas justas, que já movimentou mais de R$ 120 milhões, hoje a empresa também reúne contabilidade e conta digital, tudo em uma só plataforma.
O nome deriva da raça de cães siberianos especializada em resgatar vítimas de nevascas. “Escolhemos esse nome porque nosso propósito é resgatar e cuidar dos profissionais que estão enfrentando as dificuldades do cenário de negócios brasileiro, que é complexo e burocrático”, afirma Maurício Carvalho, cofundador e CTO da Husky.
Coerente com o objetivo de promover qualidade de vida e liberdade, a empresa aposta em uma equipe totalmente enxuta e remota, que hoje atende mais de 3500 clientes. A startup remunera seu time de forma competitiva: apesar de contar com uma equipe de menos de 10 pessoas, paga salários capazes de fazer frente aos principais players de tecnologia brasileiros.
Somados à gestão horizontal e à importância que a empresa dá ao bem estar de seus colaboradores, os salários competitivos ajudam a Husky a recrutar os melhores desenvolvedores do mercado.
“Além de lidar com dados e funcionalidades muito importantes e sensíveis, todos os nossos colaboradores atendem a chamados e atuam no suporte aos clientes. Nós valorizamos a qualidade, acima da quantidade”, explica Tiago Santos, cofundador e CEO da Husky.
A estratégia é bastante assertiva: à medida em que cresce o número de clientes na plataforma, o número de chamados e reclamações só cai, feito que só foi possível devido ao foco da empresa em resolver a raiz dos problemas, em vez de tratar caso a caso. Com isso, a empresa conquistou um NPS (Net Promoter Score), métrica que avalia a lealdade da base de clientes, de 81, sendo 100 a nota máxima - muito acima da média para serviços bancários, que fica em cerca de 32.