Por Leonardo Sepulcri, Diretor de Inovação da hypeone

Pensar em Inteligência Artificial (IA) tendo como base o que vemos nos filmes de ficção científica não só um raciocínio limitado, como também equivocado. Ao contrário do que se propaga por aí, a IA não tem o intuito de substituir nossas habilidades, propósitos ou empregos. Ela existe para promover e expandir o conhecimento dos humanos, para agilizar nossas rotinas diárias e para nos ajudar a ter mais tempo para focar no que é realmente relevante - no ambiente corporativo, a IA é uma ferramenta estratégica para quem quer produzir mais, sem abrir mão da qualidade nas entregas.

O que ocorre é que, desde a Revolução Industrial, existe uma preocupação latente da substituição dos humanos pelas máquinas. O que precisamos entender de uma vez por todas é que ocorre, na verdade, uma mudança na dinâmica da realização de tarefas - o que leva a uma transformação nas funções executadas por pessoas. Em minha área de atuação, por exemplo, a Inteligência Artificial agrega muito valor em nossa solução de chatbot, permitindo aos Clientes oferecer aos seus consumidores não só um atendimento mais ágil e personalizado, como também disponível em tempo integral, o que é essencial para uma jornada de Customer Experience bem sucedida. Ao estreitar o relacionamento com o Cliente, valorizamos sua presença e aperfeiçoamos suas experiências. E legando aos humanos as funções em que a sua atuação é imprescindível, deixamos para as máquinas as tarefas repetitivas, realizadas de forma automática, entregando escalabilidade (por meio de automação de volume rápida) e qualidade (por meio de linguagem natural em interações personalizadas).

Precisamos encarar a Inteligência Artificial como uma aliada, não como uma inimiga. Isso porque, diferentemente dos humanos, a IA não tem discernimento, capacidade analítica ou mesmo a sensibilidade que nós, humanos, dispomos. Em resumo, a IA vem para somar, não para subtrair. Dentro de uma empresa, ela pode melhorar desempenhos e trazer melhores resultados.

Atualmente, a conversação é um dos principais usos da Inteligência Artificial na América Latina. De acordo com o estudo Global AI Adoption Index 2022, divulgado recentemente pela IBM, 41% das empresas brasileiras usam IA em suas operações comerciais, e 34% exploram a tecnologia. Isso é um reflexo dos desafios que a pandemia trouxe para o mercado de tecnologia, num cenário em que as empresas precisavam realizar projetos de transformação digital a toque de caixa. Cerca de 41% dos profissionais de TI ouvidos na pesquisa afirmaram que suas organizações estão treinando seus funcionários para trabalhar em conjunto com novas soluções de automação e IA.

Esses avanços não só tornaram a IA mais acessível às empresas, como também são cada vez mais incorporadas em aplicativos de negócios padrão e, ainda, são coadjuvantes na redução de custos e automatização de processos. Para o momento, cabe às empresas atuar na desmistificação da Inteligência Artificial, apresentando aos seus colaboradores os conceitos básicos e eliminando as barreiras que são criadas naturalmente por conta de uma resistência ancestral. E para um futuro bem próximo, todas as empresas precisarão ter na manga uma estratégia de aplicação da IA ao seu core business. Não haverá organização, setor ou segmento de negócios livres do impacto que o seu uso traz. E quem não estabelecer um bom plano, corre o risco de ser engolido pelo seu concorrente, que com certeza estará estruturado para responder às mudanças do mercado muito mais rapidamente.