O Índice de Confiança da Construção (ICST), que funciona como um “indicador da saúde” da construção civil brasileira, teve sucessivas quedas ao longo de 2017. Contudo, no final de 2018, o cenário começou a mudar. Em setembro do ano passado, o índice calculado pela FGV/Ibre era de 80,3. Esse valor subiu para 81,8 no mês seguinte e, em novembro, chegou a 84,7. Isso significa, em termos práticos, que as expectativas de recuperação da demanda e de melhoria dos negócios no curto prazo aumentaram a confiança dos empresários. E que essa retomada, ainda que lenta, reflete na redução dos índices de desemprego em um setor que, tradicionalmente, é conhecido por concentrar uma parte considerável da população economicamente ativa do Brasil.

No que tange à nossa atividade, o reaquecimento da construção civil ajuda a impulsionar - e muito - o mercado de automação residencial, apoiado pela tecnologia de IoT - Internet das Coisas. Hoje, as construtoras entendem essa tendência como um diferencial competitivo e os fabricantes, por sua vez, estão focando com energia neste nicho. E, por falar nos fabricantes, eles e nós, distribuidores, já assimilaram que as construtoras se guiam pelo movimento do “Tudo como Serviço”, ou seja, só terá sucesso quem oferecer o máximo de soluções possíveis em forma de serviço, ao invés de investimento direto. Essa tendência já está entranhada no ecossistema da construção civil, e vale tanto para os novos empreendimentos, quanto para os projetos de retrofit.

Não temos bola de cristal, isso é fato. Mas, muito tempo antes do “Tudo como Serviço” se configurar em uma realidade mundial, nós já prevíamos essa tendência. O modelo de lojas SmartWDC, lançado no início de 2018  é a concretização do nosso mindset, e mostra como estamos atentos e alinhados com o setor. Agora, nos preparamos para um novo salto, que é fruto da constante observação que fazemos dos chamados consumidores finais, que desejam ter seus espaços automatizados, mas não sabem como e nem como instalar sozinhos.

A tecnologia tem que melhorar a qualidade de vida das pessoas. As redes sociais ajudaram a popularizar no mundo o movimento Do it yourself (ou “Faça você mesmo”), que aproxima com efetividade as pessoas das tecnologias existentes. Mas sabemos que no Brasil isso está ainda longe da realidade do brasileiro. Hoje, qualquer pessoa pode, por exemplo, dimensionar um sistema de monitoramento para um ambiente de sua residência, loja ou escritório, e essa pessoa também pode, sozinha, comprar todos os equipamentos que precisa e fazer a instalação. Mas na verdade, as pessoas querem mais comodidade. Muito melhor se houvesse uma forma confiável de desenhar, adquirir e instalar os produtos sem a dor de cabeça. Para atender a esse consumidor, é necessário não só popularizar o conceito de IoT (Internet das Coisas), como também facilitar seu acesso aos produtos e sistemas, e levar o SmartWDC para todos os cantos do país, num sistema de franquias bem estruturado e planejado, é o caminho natural - que, por sinal, já estamos seguindo. Estamos de olho, sobretudo, nos consumidores mais jovens, que já nasceram conectados.

Essa lacuna que tencionamos preencher diz respeito aos consumidores que, por hábito ou desinteresse em fazer as coisas sozinho, prefere contar com a ajuda profissional de um especialista para automatizar sua casa ou seu ambiente de trabalho. O movimento que fazemos nesse sentido é nos aproximarmos cada vez mais de integradores e instaladores certificados, pois só eles podem dar o apoio necessário para o consumidor em um projeto.

E claro, as construtoras, motores da recuperação econômica e do emprego, precisam entender que sem oferecer diferenciais de comodidade e automação serão pressionados pelos preços apenas.

Nossa vocação e nosso objetivo é trabalhar na desmistificação e massificação da "Casa Conectada", onde desde as redes Wi-Fi que "pegam bem na casa inteira" até na eficiência energética possam contribuir com a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Voltamos, novamente, à proposta da expansão de lojas SmartWDC pelo Brasil,  que proporciona aos nossos clientes o que chamamos de IoT Experience. Fazemos uma curadoria do que há de melhor nas tecnologias para o consumidor - e o que não falta são novas tecnologias, e isso graças à concorrência acirrada entre os fabricantes e as empresas. Trata-se de um trabalho sério, de muita responsabilidade, que mostra ao cliente que ao comprar conosco, o faz com a certeza de que a solução é boa.

Vivemos, neste momento, um período de expectativa. Uma tecnologia que acreditamos que ainda vai alavancar (e muito) este mercado são os assistentes de voz em português, tais como o Alexa e Google Home, prometidos para este ano. O brasileiro é naturalmente receptivo às novas tecnologias, e ao agregar funcionalidade à facilidade de aquisição desses assistentes de voz, eles serão o grande driver para a automação predial. As pessoas não precisarão mais falar em inglês, ou mesmo ter uma pronúncia correta, para realizar o sonho de dar um toque high tech às suas vidas. É o futuro chegando, e nós, na vanguarda dos acontecimentos, estaremos cada vez mais presentes.

* Vanderlei Rigatieri é CEO da WDC Networks