Já ouviu falar em ETF ou fundo de índice?
*Beto Assad
Caso você nunca tenha ouvido falar, saiba que esta pode ser uma excelente oportunidade de investimento para quem está iniciando no mundo da renda variável. Isso porque um fundo de índice, ou ETF [sigla do inglês Exchange Traded Funds], é de investimento negociado na Bolsa de Valores, que espelha um determinado índice de referência no mercado.
Um exemplo conhecido é o BOVA11, que tenta espelhar o índice Ibovespa. O objetivo deste fundo é ter um desempenho similar ao seu índice de referência. Portanto, esta acaba sendo uma maneira simples de diversificar os investimentos sem ter que aplicar seu dinheiro em muitos ativos.
A negociação do ETF também é muito simples, já que ocorre da mesma maneira que se negocia ações. Isso significa que o investidor pode comprar e vender cotas diretamente de seu home-broker. Além disso, é possível encontrar os mais variados tipos de ETFs e, com pouco capital, montar carteiras de investimento muito interessantes e diversificadas.
Quer um exemplo? Em setembro do ano passado, aconteceu o primeiro ETF de criptomoedas no Brasil, que já está listado na Bolsa de Valores de Bermudas. A ideia é replicar o Nasdaq Crypto Index, um índice desenvolvido pela Bolsa Americana Nasdaq junto à Hashdex, que terá como objetivo gerar retornos correspondentes em reais à performance do mesmo.
Hoje, ele é composto por seis criptomoedas: Bitcoin, Ethereum, Stellar, Litecoin, Bitcoin Cash e Chainlink e, a cada três meses, sua carteira é revista, o que no mercado é chamado de rebalanceamento. Ele será negociado diretamente na Bolsa do Brasil pelo código HASH11.
Outra novidade são os 12 BDRs [sigla do inglês Brazilian Depositary Receipt] de ETFs que, quando lançados no mercado brasileiro, em novembro de 2020, ficaram disponíveis apenas para os chamados investidores qualificados, aqueles que têm pelo menos R$ 1 milhão em aplicações financeiras. No entanto, desde o final do mês de março deste ano, ficaram disponíveis para o investidor comum.
Para quem ainda não conhece, os BDRs são recibos emitidos no Brasil por alguma instituição financeira, que representa ações de empresas de outros países. Por isso, comprar uma BDR é uma maneira simples de investir em empresas estrangeiras diretamente da bolsa de valores brasileira.
Contudo, uma mudança regulatória feita pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão fiscalizador da nossa Bolsa de Valores, permitiu que os BDRs também sejam lastreados em fundos de índices. Com isso, o investidor brasileiro terá acesso a fundos que tentam replicar alguns índices internacionais, como o de mercados emergentes, do Reino Unido, da Alemanha, do setor financeiro dos EUA, do setor de biotecnologia da Nasdaq, entre outros.
E quem faz a gestão destes ativos é a BlackRock, uma das maiores empresas do mundo nesse segmento. Essa é uma grande oportunidade de investir em produtos estrangeiros de uma maneira bem simples e, em muitos casos, como já citei anteriormente, sem a necessidade de grandes aportes de capital. Abaixo, compartilho a lista desses novos BDRs de fundos de índice:
- BSLV39 - iShares Silver Trust
- BEGE39 - iShares Inc iShares ESG Aware MSCI EM ETF
- BDVY39 - iShares Select Dividend ETF
- BEEM39 - iShares MSCI Emerging Markets ETF
- BEWG39 - iShares MSCI Germany ETF
- BEWU39 - iShares MSCI United Kingdom ETF
- BITO39 - iShares Core S&P Total US Stock Market ETF
- BIBB39 - iShares Nasdaq Biotechnology ETF
- BIGF39 - iShares Global Infrastructure ETF
- BIYF39 - iShares US Financials ETF
- BIXJ39 - iShares Global Healthcare ETF
- BIXN39 - iShares Global Tech ETF
Vale aproveitar para conhecer mais sobre este tipo de fundo e decidir se você tem o perfil para encarar um ETF de frente.
*Beto Assad é analista de ações e consultor financeiro para o Kinvo, aplicativo que consolida investimentos de bancos e corretoras em um só lugar.