Por Ana Cláudia Ulhôa

O setor de foodtechs tem ganhado destaque no Brasil. De acordo com estudo realizado pela plataforma Liga Insights, existem 332 startups do segmento alimentício no país. Uma das empresas que têm conquistado resultados positivos é a Liv Up, que prepara e entrega refeições saudáveis em cerca de 30 cidades brasileiras e possui um ticket médio de 200 a 220 reais. Para contar um pouco da trajetória da startup e comentar sobre a atual situação do setor, o Future Summit convidou um dos fundadores e CEO da Liv Up, Victor Santos. O painel será apresentado dentro do evento realizado pelo Polinize, em parceria com a ESPM, que acontece no dia 07 de novembro, a partir das 9h, no campus Álvaro Alvim, em São Paulo.

Formado em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo em 2013, com mestrado em Management Engineering na Politécnica de Milão, Victor começou sua carreira atuando em empresas do mercado financeiro. Com uma vida corrida e sem tempo para cuidar de sua alimentação, Victor Santos enxergou nessa necessidade pessoal uma oportunidade para criar seu próprio negócio.

“Naquela época eu estava com uma vida super corrida, morando sozinho, tentando comer bem, e comprar todos os dias em restaurantes saudáveis era uma opção cara para o meu bolso. Por outro lado, adquirir os ingredientes e cozinhar em casa dava trabalho e precisava de tempo. Eu queria alguma coisa realmente prática para encaixar na minha rotina, então comecei a pesquisar com as pessoas. Comentei com o Henrique, meu amigo desde a época da faculdade, sobre essa vontade e como isso não era algo exclusivo meu”, lembra.

Foi então que, em 2015, Victor e Henrique Castellani lançaram a Liv Up. A empresa começou realizando parceiras com pequenos produtores locais para fornecer alimentos frescos e, prioritariamente, orgânicos. Com esses ingredientes eles montaram um cardápio de refeições ultracongeladas e snacks vendidos pré-montados ou em combinações realizadas pelos próprios clientes. As entregas foram planejadas para serem feitas pela própria startup no mesmo dia ou em datas agendadas.

Hoje, a foodtech já conta com aporte financeiro de fundos de investimento e um plano de expansão em diversas frentes. Um dos projetos é disponibilizar em sua plataforma a entrega de pedidos feitos na hora por restaurantes de comidas saudáveis. Outra proposta é chegar a Fortaleza, Recife, Salvador, Florianópolis e Vitória até o final do ano.

Segundo Victor Santos, tudo isso só foi possível devido a adoção de uma nova forma de se fazer e enxergar os negócios. “O mercado de alimentos e bebidas no Brasil é um mercado gigantesco, e é interessante pensar como vários setores nos últimos anos têm sido transformados pela tecnologia. Grande parte do movimento das foodtechs sempre são de colocar o consumidor no centro das decisões de produto, da experiência do cliente, para realmente proporcionar o que o consumidor está buscando, e é o que a gente realmente tenta fazer na Liv Up”, afirma.

Para Victor a área em que atua nunca esteve tão bem e a perspectiva é que ela continue nesse ritmo. “A alimentação saudável, independente do momento econômico que nosso país tem vivido nos últimos anos, é um setor que tem crescido. Então existe uma tendência muito positiva, porque acho que todo mundo quer se alimentar melhor, e o desafio para as empresas vai ser como a gente vai fornecer, ser prático e ter um preço acessível”, ressalta.

Sobre dividir um pouco da sua experiência com os estudantes que estarão presentes no Future Summit, Victor Santos diz estar ansioso e empolgado. “Esse tipo de iniciativa é essencial. Ideias não têm lugar nem hora para surgirem, mas com certeza a universidade é o que potencializa isso. Eu acho que para a gente é super legal compartilhar um pouco do que estamos fazendo e poder construir com o pessoal quais devem ser os próximos passos”.

Os interessados em participar do evento podem realizar suas inscrições até o dia 6 de novembro pelo site https://www.futuresummit.com.br/