Passado o impacto positivo e toda a expectativa criada sobre as potencialidades do 5G nos últimos anos, o mercado de telecomunicações agora está focado na monetização da tecnologia de quinta geração. A necessidade do aumento do investimento em redes privativas e a ampliação de ações efetivas de ESG para essa indústria também são alguns dos principais pontos que emergiram do Mobile World Congress 2023 e que foram debatidos por especialistas do setor no evento “Pós-MWC Barcelona by Futurecom - Conectividade e Inovação O que esperar (e investir) em 2023?” realizado em São Paulo como parte do calendário do Futurecom 2023, maior evento de tecnologia, telecomunicações e transformação digital da América Latina, que que este ano acontece de 3 a 5 de outubro no São Paulo Expo.

“O MWC deste ano apresentou uma grande retomada em relação a 2022, com a presença de 80 mil pessoas e muitas empresas com novos e diferentes formatos de negócio. A preocupação com a monetização do 5G estava presente em várias conversas e estandes, além de exemplos de todos os lugares do mundo mostrando o desenvolvimento de aplicações 'pés no chão', relacionadas com suas respectivas realidades e necessidades, trazendo inovações, como é a tônica do evento, mas agora com objetivo de se fazer mais rapidamente rentável e sustentável”, destacou Hermano Pinto, diretor de Tecnologia e Infraestrutura da Informa Markets, responsável pelo Futurecom.

Na palestra de abertura, Ari Lopes, Senior Manager da Omdia, apresentou um resumo do webinar apresentado pela empresa no MWC. Ele explicou que agora a transformação digital das operadoras, que antes eram apoiadas em ações mais especulativas sobre as potencialidades, agora são direcionadas para as ações práticas.

Muitas discussões giraram em torno dos provedores de conexão, como geram valor e se distribuem na cadeia, formas de serem mais sustentáveis, como economizar energia, como expor redes para desenvolvedores, chegando até a maneiras de gerar tração para provedores de cloud. “Os pontos importantes de regulação, qualidade de prestação de serviço, experiência final do consumidor, novos modelos de compartilhamentos de infraestrutura e monetização do 5G, entre outros, fazem parte de um movimento global para que toda a inovação chegue ao público e às indústrias”, enumerou.

Em seguida, um debate com especialistas trouxe à tona os desafios e medidas que precisam ser feitas no Brasil para que os avanços cheguem de forma efetiva. O otimismo sobre a chegada do 5G continua forte, conforme pontuou Marcio Kanamaru, sócio-líder TMT da KPMG e moderador da discussão, mas agora todos estão em busca de respostas sobre monetizar o 5G em meio à integração necessária com ecossistemas mais amplos, com Edge Computing, IoT, realidade aumentada, metaverso, que estavam aguardando a chegada dessa rede móvel mais avançada para serem efetivamente utilizados.

Na opinião de Abraão Balbino, superintendente executivo da Anatel, a discussão das propostas para a monetização é essencial para desatar os nós históricos que o Brasil ainda precisa resolver no setor, que tem como caraterística a transição tecnológica constante. “Do ponto de vista de todo o ecossistema, é fundamental ‘casarmos’ a realidade brasileira com as inovações apresentadas no evento europeu. Além disso, temos debates constantes com o setor público, ministérios e com o setor privado sobre um conjunto de questões conjunturais que precisam ser resolvidas e implantadas como fair share, monetização, inteligência artificial, realidade aumentada e metaverso, pois são muito promissoras, mas ainda não se traduzem em produtos, negócios e oportunidades”, destacou o executivo.

De acordo com Daniela Martins, diretora da Conexis Brasil Digital e representante da Telebrasil, a monetização é um desafio para o setor porque as ondas de investimentos constantes em tecnologia inerentes aos serviços de telecom representam gastos também elevados. Porém, os serviços de IoT podem ser a resposta para a monetização. “Eles representam a multiplicação muito mais ampla dos acessos com cada equipamento inteligente. Um ambiente de inovação vai levar esses ciclos de investimento para o B2B atuando como alavanca e resposta a sistemas corporativos, indústria, agronegócio etc.”, acredita ela.

Outras formas de monetização se apoiam em três pilares do 5G, conforme explicou Jacqueline Lopes, diretora Institucional de Relações LATAM da Ericsson. “O primeiro pilar é o FWA, que já vem sendo bastante usado em países como os EUA; o Network Slicing, por meio de parcerias, é o segundo e, por fim, as redes privadas que complementam as possibilidades de infraestrutura e podem aumentar a eficiência entre 25% e 60% para a indústria até 2030, de acordo com estudos da Ericsson”, disse ela. “Para que isso aconteça, é necessário fomentar e estimular cada vez mais todo o ecossistema com atores engajados para a realidade local”, completou.

A questão da sustentabilidade por meio de implantação de ações ESG também tem sido prioridade no setor e fez parte de importantes discussões dentro do MWC. Para Jacqueline Lopes, da Ericsson, a sustentabilidade não é questão de futuro, mas do nosso presente. “Segundo um estudo da Ericsson, a tecnologia pode reduzir 15% das emissões sem perder eficiência energética até 2030, ou seja, o acesso e uso de dados aumenta, mas o consumo de energia permanecerá estável”, destacou. “Por isso vemos que o 5G é habilitador de todos os setores para serem mais sustentáveis começando por indústria, logística, exportação e outros. O avanço que o 5G pode agregar para nosso país é bastante significativo”, afirmou ela.

Outro desafio que também precisa ser solucionado para o avanço do 5G, conforme explicou Marcio Kanamaru da KPMG, é a necessidade de atualização da regulamentação adequada à rede móvel de quinta geração. Isso porque hoje o Brasil contabiliza 271 cidades com lei atualizada aos requisitos do 5G, o que corresponde a 36% da população, mas representam apenas 3% dos 5.568 municípios. Além disso, a Anatel registra apenas 40 pedidos de redes privadas.

Segundo Luiz Henrique Barbosa Silva, presidente da Telcomp, cada vez o setor e, principalmente a entidade que ele preside, necessitam ser hubs de negócios e ir além de discutir apenas as questões regulatórias. “Ao superar desafios do passado, inovamos para ter empresas competitivas, ver os preços caírem. Queremos participar de discussões para a chegada das redes privadas e tornar as aplicações mais viáveis, com segurança e maior produtividade, mostrando o potencial do telecom como setor transversal que afeta toda a economia do País e precisa ser visto cada vez mais como essencial para resolver questão dos impostos e facilitar o ambiente de negócios”, concluiu Luiz Henrique.

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