Por Moacy Veiga*

No mês de março, completamos um ano de pandemia por conta da Covid-19, que impactou diversos mercados, especialmente o setor econômico. A taxa básica de juros - Selic -, que norteia a renda fixa, sofreu diversas reduções, chegando a 2%, o seu menor patamar histórico em agosto de 2020, despontando novos investidores em busca de alternativas de rendimentos reais.

Um dos reflexos foi o constante crescimento de pessoas físicas aplicando na Bolsa de Valores (B3), chegando a 3,2 milhões de investidores na busca constante por informações e conhecimento sobre o mercado de ações, inclusive, por meio de influenciadores digitais com mega audiência neste tema.

As aplicações financeiras estão mudando o olhar das instituições com o aprimoramento de informações sobre o tema. A partir do uso de modernas tecnologias como a Inteligência Artificial, é possível criar recursos como por exemplo: o investidor recebe apenas notícias de seu interesse, relacionadas aos ativos de sua carteira.

A realidade é que o investidor brasileiro está evoluindo rápido e jamais será o mesmo, com o cenário de taxa real negativa no Brasil ou de Selic baixa, ele tem que sofisticar a forma de investir e assumir o risco de ter um portfólio que possua ativos de maior volatilidade e com mais diversificação.

Pode parecer óbvio, mas o futuro desse mercado é a tecnologia. Prova disso é a chegada do Pix [meio de pagamento eletrônico], que facilitou ainda mais as transações financeiras, e do open banking [sistema financeiro aberto], que em breve permitirá ao cliente total autonomia para o compartilhamento de dados pessoais com outras instituições, ampliando a competição entre elas.

Toda essa digitalização só comprova que na área de investimentos não será diferente. A vida do investidor ganhou novos recursos com os agregadores e aplicativos de investimentos, por meio da consolidação de dados e informações, com transparência e serviços sob medida, mostrando a verdade como ela é: o resultado de cada produto ou alocação. Isso fará com que ele possa administrar seus bens sem interferências externas, compreendendo as oscilações e dinâmica do mercado.

Autonomia é a palavra da vez. Agora, o cliente está no centro das tomadas de decisões, onde a falta de informação já não será mais uma estratégia de retenção. Novas ferramentas estão no mercado, a partir de plataformas intuitivas, com melhores experiências, resultados, serviços e algo essencial: a transparência.


*Moacy Veiga é administrador de empresas com 20 anos de experiência no mercado financeiro e CEO do Kinvo, consolidador de investimentos.