Gabriel Guimarães - diretor da SolarVolt Energia Solar

Não podemos viver mais sem energia. Tudo que utilizamos hoje necessita de energia. O que aconteceu no estado do Amapá, em novembro de 2020, e no Texas nos EUA, em Fevereiro de 2021, apenas reforça que precisamos de alternativas com a energia elétrica. A falta de energia impactou diversos setores, como hospitais, bancos, serviços de internet e telefonia, o setor de varejo no geral entre muitos outros. Apenas em 2020, tivemos 37 interrupções de transmissão de energia, de acordo com Operador Nacional do Sistema (ONS). Um número que vai subir, caso não haja investimento na infraestrutura do setor elétrico.

Para isso, o investimento em energias renováveis e recursos energéticos distribuídos(REDs), por exemplo, é uma solução em potencial, já que eles possibilitam que a rede elétrica seja mais resiliente. Alguns exemplos de REDs são os veículos elétricos conectados à rede, a geração de energia solar nos telhados  e as baterias conectadas à rede. Segundo o Relatório da Situação Global das Renováveis de 2019, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o investimento global em energia verde ultrapassou US$ 2,6 trilhões na última década. Foram mais gigawatts de capacidade de energia solar instalados do que qualquer outra tecnologia de geração energética.

Um número bastante animador, já que a energia solar fotovoltaica reduz gastos e valoriza questões relacionadas à sustentabilidade. Exemplo de como fazer isso não falta. A China lidera no investimento em energia limpa no mundo, apenas entre 2018 e 2019, ela investiu US$ 758 bilhões neste setor, de acordo com o Programa Ambiental da ONU para o Relatório da Situação Global das Renováveis de 2019. O Brasil, embora ainda não faça parte dos países que mais investem em energias renováveis, tem apresentado números exponenciais de crescimento .Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), já são mais de 450 mil unidades consumidoras que produzem a própria energia e o país está em 16º no ranking de capacidade instalada global. A projeção da Bloomberg New Energy Finance (BNEF), até 2050 o Brasil terá 32% da sua matriz energética da fonte solar fotovoltaica sendo que 15% do total será da geração nos telhados das casas, comércios, setor agro e indústrias.

Desse modo, podemos perceber que o mercado de energia solar está em ascensão por aqui tanto para projetos de pequena escala quanto para grandes usinas. Já temos inúmeros bons projetos  no país. A SolarVolt Energia, empresa em que sou sócio, é exemplo disso. Desenvolvemos a maior fachada com painéis solares do mundo, localizada em Anápolis (GO). O prédio da CAOA, agora conta com uma área de 850 metros quadrados de filmes fotovoltaicos orgânicos da solução Sunew GLASS™. Sendo que toda energia mensal gerada é suficiente para abastecer todas as estações de trabalho do prédio.

O agronegócio, por exemplo, é outro setor que tem se beneficiado bastante com o uso de energia solar no campo, pois, com a redução  dos custos de energia e com taxas de financiamento atrativas, o produtor pode investir em outras áreas da fazenda ou indústria. De acordo com a Absolar, os consumidores rurais já são o terceiro maior público da energia solar fotovoltaica no Brasil, representando 13% da capacidade instalada da modalidade no país, ficando apenas atrás do consumo residencial e do setor de comércio e serviços.

O projeto desenvolvido por nós no laticínio, na fazenda de leite e café, Curral de Minas, em Oliveira/MG, só reforça os benefícios do uso de energia solar no campo. A fazenda gera em média  48.180 kWh/mês de energia, o que corresponde a uma economia em torno de R$ 30 mil com os painéis fotovoltaicos. Além de ter um baixo impacto ambiental, a instalação é simples e tem um tempo de vida útil de quase 25 anos.

Dá para ver que estamos vivendo um bom momento com grandes e positivas expectativas para o setor de energia solar fotovoltaica. O uso de uma energia limpa e mais econômica é a tendência do agora que tende a ser permanente no futuro.

Sobre Gabriel Guimarães

Gabriel Guimarães diretor da empresa SolarVolt Energia, uma empresa brasileira especializada no desenvolvimento de soluções e projetos completos de energia solar fotovoltaica. Com sedes nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, a SolarVolt já instalou mais de 50.000 kilowatts-pico (kWp) de sistemas fotovoltaicos conectados à rede, em 10 estados do país, sendo mais de 1200 projetos vendidos. Está presente em mais de 160 cidades, sendo a maior parte dos negócios em Minas. Ela faz parte do G5 Solar e é uma das 14 empresas fundadoras da ABGD – Associação Brasileira de Geração Distribuída.