A SPUTNiK tem auxiliado as organizações a incluírem em seus escopos políticas que valorizam as mães
Segundo estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), a probabilidade de emprego das mães no mercado de trabalho formal aumenta gradualmente até o momento da licença-maternidade e depois decai. Além disso, segundo uma pesquisa realizada pelo grupo Mulheres do Varejo, 79% dos homens e 84% das mulheres, entre gerentes, diretores e presidentes de empresas, afirmam que as mulheres sofrem sim preconceito no ambiente de trabalho após engravidarem. A Sputnik, uma das maiores escolas corporativas do Brasil, tem contribuído com essa discussão e auxiliado as organizações a incluírem em seus escopos políticas que valorizam as mães.
Pensando no que as profissionais que maternam estão exigindo dos RH’s corporativos e como as empresas podem atender a essas demandas, líderes de grandes empresas estiveram reunidos em um evento, realizado na última quinta-feira (5), para discutir de que forma as reflexões sobre o assunto poderiam sair do papel e se transformarem, de fato, em planos de ação. Entre as convidadas pela escola de educação corporativa, estavam: Mafoane Odara, líder de Recursos Humanos para a América Latina do Meta, Juliana Poli, senior marketing manager na 99, Luiza Voll, sócia da Contente, plataforma de conteúdo e mídia para uma vida digital mais consciente.
Em um dos momentos de troca, Mafoane Odara levantou uma questão central: a maternidade, dentro do universo corporativo, não é assunto de mulher. “Metade do mundo é mãe e a outra metade é mãe dessa metade”, brincou, antes de emendar: “e a maternidade não existe sem a paternidade. O fato de você não carregar, não quer dizer que a gestação não é sua. Não podemos, portanto, tirar o lugar dos homens nessa discussão. A quem serve essa narrativa que exclui os homens dessa responsabilidade? O que vejo é que empresas que conseguiram avançar nesse sentido são as que trouxeram os homens para o pensar e o fazer nessa mudança urgente”, completa.
Outro ponto levantado foi sobre desmistificar a ideia de que a maternidade é um lugar ruim. Para Mariana Muradas, uma das participantes — que participou no formato aquário, em que todo mundo é convidado a falar —, inclusive a narrativa do puerpério deve ser revista: “Ouvimos o quanto mulheres são mais lentas e têm menos foco depois de parir, mas a neurociência já mostrou que não é bem assim. Nos primeiros meses do pós-parto, o cérebro da mulher chega a dobrar de tamanho. É a maior janela de neuroplasticidade que o cérebro tem. Ou seja, estamos armazenando informação e aprendizados com mais facilidade” conclui ela.
No geral, também foram citadas a necessidade de discutir a licença parentalidade — para além da licença maternidade ou paternidade —, de protocolos que acolhem mulheres gestantes e seus afastamentos e puérperas e seus retornos e também a necessidade de espaços ideias para amamentação e horários flexíveis para mulheres lactantes. Segundo Achutti, o caminho para essas e outras mudanças passa inevitavelmente pela educação. A partir de conceitos, reflexões e ferramentas apropriadas é possível trazer esses avanços para a cultura e política das empresas de forma estrutural, fazendo com que a transformação seja transversal e consistente.