João Paulo Rodrigues (*)
Em um ano desafiador para a economia mundial, administradoras de consórcio no Brasil não apenas resistem, mas prosperam. Dados recentes divulgados pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) apontam um crescimento de 28,9% nos créditos concedidos nas contemplações de janeiro a setembro de 2023, comparado ao mesmo período do ano anterior.
Os consórcios, com sua abordagem colaborativa e previsibilidade, têm conquistado o perfil de quem busca por uma alternativa sólida aos métodos tradicionais de financiamento. Assim, se destacando como uma resposta eficiente para aqueles sem acesso a financiamentos convencionais, funcionando como um planejamento financeiro.
Para exemplificar melhor, os participantes se juntam em um grupo e se organizam para adquirir um bem específico, seguindo uma abordagem semelhante à ideia de uma poupança compartilhada. A previsibilidade desempenha um papel crucial, permitindo que os consorciados planejem seus investimentos de maneira consciente.
À medida que nos aproximamos de 2024, vislumbramos uma tendência em que mais marcas oferecem consórcios, mas muitas delas sem administração própria. Mas há aquelas que corrigem suas rotas para tentarem se consolidar em um mercado em constante evolução.
No entanto, o mercado de consórcio também enfrenta desafios. As administradoras encontram a necessidade de aprimorar ainda mais a transparência em seus processos, estabelecendo uma comunicação clara e efetiva para conquistar a confiança e a satisfação dos consorciados. Este novo cenário demanda uma abordagem proativa das administradoras na busca por práticas transparentes, consolidando relações sólidas e duradouras.
Recentemente, a Resolução 285 do Banco Central do Brasil vem se destacando, a pauta exerce influência significativa no panorama dos consórcios. Ao alterar as regras para cancelamento de cotas inadimplentes por exemplo, aumentando a rigidez sobre as marcas de consórcio, essa regulamentação acrescenta uma variável dinâmica ao processo, impactando a oferta e demanda.
Essa dinâmica é particularmente relevante no contexto das regras de conformidade, onde a exigência rigorosa se destaca, juntamente com o onboarding de dados, um processo essencial para assegurar a conformidade normativa e a integridade das informações.
Além disso, há uma transição de menos administradores para mais marcas de consórcio que mostram um movimento notável. Grandes marcas, que historicamente não tinham ofertas de consórcio, estão entrando no jogo. Essa mudança sugere uma adaptação ao comportamento do consumidor, cada vez mais exigente e informado, busca transparência e integridade nas empresas com as quais se envolve.
Assim, frente aos desafios que se apresentam em 2024, certamente o setor de consórcios está diante de um cenário alternativo e mais dinâmico. No entanto, com os resultados animadores já alcançados e as mudanças nas expectativas dos consumidores, percebe-se um caminho promissor na busca e oferta das melhores soluções no universo dos consórcios.
Essa dinâmica positiva indica que a democratização do crédito continuará a crescer, permitindo que mais pessoas realizem seus grandes planos ao longo deste ano. É um momento de desafios, sim, mas também de oportunidades e avanços notáveis no universo de consórcio.
(*) João Paulo Rodrigues é diretor da NewM, empresa de tecnologia especialista no segmento de consórcio do Grupo Stefanini.