O reconhecimento conecta empresas e colaboradores
Desde pequenos, ainda criança, descobrimos o quão importante é o valor de pertencer a algo ou a alguém. Aprendemos o que nos faz sentir acolhidos em casa, pertencentes a uma tribo, a uma família, a um povoado. Ou seja, é um sentimento de pertencimento, de proximidade. É primitivo este sentimento que não se atualiza mesmo com o mundo digital, a inteligência artificial e toda a tecnologia do mundo moderno. O sentir é humano, o sentir determina as nossas ações. E nossas ações é que trarão os nossos resultados.
Desses atos e resultados surge a busca pelo reconhecimento. E isso acontece em todos os campos: em casa, na escola e no trabalho, neste último, ainda mais. Pois, o reconhecimento é algo que todos nós, nos mais variados cargos, setores e idades, buscamos, queremos e desejos. E esse reconhecimento transcende o retorno financeiro, ele é o nosso pagamento emocional, é o sentir, é o pertencer que nos traz a mensagem de que somos úteis, produtivos. Quem nunca ficou feliz, alegre e contente de ouvir um parabéns, um obrigado ou mesmo um elogio pelo seu trabalho, pela sua atitude, por algo de diferente que foi feito, por mais simples que seja? Esse sentir não tem palavras para explicar.
De acordo com um estudo realizado, foram elencados os cinco principais motivos de pedido de demissão de um funcionário. O primeiro dentre eles foi a Falta de Reconhecimento. Um sentimento de não valorização, de rejeição, que traz uma desmotivação que gradativamente reflete na improdutividade e tristeza em não estar atendendo às expectativas da empresa, da equipe, da chefia.
Mas é sempre bom ter em mente que ninguém atenderá a todas as expectativas da empresa e a empresa também não atenderá todas as expectativas dos colaboradores. Neste caso, é necessário ter um equilíbrio entre esses dois atores, um olhar maduro e racional de como ajustar as expectativas, mas principalmente o porquê de tudo isso.
Os sentimentos permeiam o DNA das empresas e a sua construção de valores ao longo dos anos. E o mais interessante é que isso não é visível, ou mesmo mensurável em um dashboard, em um sistema, contudo o olhar para o quanto isso faz a diferença na construção de um time forte e determinado é a chave para a mudança desse processo.
Criar o senso de pertencimento de alguém é dar ferramentas para que este alguém extraia o seu melhor, para desempenhar o seu papel dentro da empresa. Assim, ele poderá entregar com excelência e alinhamento mediante o propósito da empresa, com o objetivo e metas estabelecidas para atingimento de resultados exponenciais. Empresas com este mindset inovador e disruptivo, atraem e retêm pessoas que levam a marca da empresa no peito, porque conectam tais pessoas com o propósito da marca.
De acordo com uma pesquisa feita pelo Pew Research Center, os jovens entre 18 e 34 anos trabalham para propósitos, não pelos salários. Olha que interessante! Novamente, aqui, falamos de sentir, de pertencer. Este sentimento de realizar tarefas, entender o porquê e sentir este pertencimento, tem mais peso do que o salário financeiro. Hoje, mais do que nunca, as pessoas externam e experenciam o salário emocional que vem do reconhecimento, do pertencimento, do acolhimento dos funcionários, da chefia, da empresa em geral.
Nem tudo é lindo. Tem colaborador que não coopera, não traz produtividade, aquele que tudo reclama, vê problema em tudo, acaba se comprometendo e comprometendo e todos ao seu redor. Mas isso faz parte do desafio das lideranças em identificar, orientar, treinar e entender os espaços abertos que o colaborador tem para o novo. Porém, o contrário também acontece, líderes que mandam, com egos inflados, com um narcisismo alto e que acabam desmotivando o time e daí o desandar dos negócios fica ainda maior
Diante de tantos desafios, pessoas estão presentes em todos os lugares e processos. Assim, nos cabe entender, gerarmos empatia, reconhecer, orientar e não tirar o foco obstinado dos resultados de crescer para contribuirmos ainda mais. Meu time não é o perfeito, passa longe de ser o melhor, está muito aquém ainda do que eu almejo ainda ter, mas é com ele, nas suas mais variadas imperfeições e diversidade, que unidos em um único propósito vencemos mês a mês, meta a meta, ano pós ano.
Para finalizar, deixo aqui uma reflexão citada pela empresária norte-americana Oprah Winfrey: “Se você olhar para o que tem na vida, sempre terá mais. Se você olhar para o que não tem na vida, nunca terá o suficiente”.
(*) Shirley Fernandes é sócia-diretora Comercial da N1 IT Stefanini