Eliziane Gorniak*

Imagine que a administração de uma cidade é como um trem de alta velocidade, em que a educação é a locomotiva que puxa os vagões do desenvolvimento social e econômico. Em um cenário de transição política, como a troca de prefeitos, é preciso garantir que esse trem continue sua jornada sem descarrilar. Para isso, o regime de colaboração entre municípios funciona como os trilhos invisíveis que mantêm o trem em movimento, permitindo que a mudança de maquinistas não interrompa o curso do progresso educacional.

A transição política é um momento delicado, semelhante a uma estação de troca, onde a preparação é essencial para evitar paradas bruscas ou desvios indesejados. No setor educacional, essa preparação é ainda mais crucial, pois a falta de continuidade pode resultar em perdas irreparáveis para os alunos e a comunidade. 

Essa colaboração entre municípios pode ser vista como uma rede de túneis e pontes que conectam diferentes partes de um vasto território, permitindo a troca de informações, estratégias e recursos. Isso porque a educação é uma área complexa que demanda uma gestão eficiente de pessoas, insumos e recursos. Quando os profissionais de municípios próximos trabalham juntos, se apoiam mutuamente e criam uma sinfonia harmoniosa de soluções que beneficiam todos os envolvidos. Essa cooperação é como a orquestração de um grande concerto, em que cada município contribui com sua parte para criar uma melodia coletiva de sucesso educacional.

No entanto, para que essa sinfonia de colaboração seja eficaz, é crucial que todos os participantes vejam a transição política como uma responsabilidade compartilhada, em vez de um campo de disputa. A elaboração de um memorial de transição, documentando as ações e resultados da gestão anterior, é como um mapa que guia a nova equipe, garantindo que ela possa navegar com segurança pelas complexidades do sistema educacional.

Assim, o regime de colaboração entre municípios se torna a estrutura invisível que sustenta a continuidade e a qualidade da educação pública durante as transições políticas. Ao construir essas pontes invisíveis, é permitido que o trem da educação continue sua jornada, sempre em frente, sem retrocessos, independentemente de quem esteja no controle da locomotiva. Os gestores públicos que estiverem imbuídos dos compromissos com a cooperação e a continuidade, serão aqueles que vão assegurar que as gerações futuras recebam a educação que merecem, contribuindo para um Brasil mais justo e desenvolvido.

*Eliziane Gorniak é mestre em Sustentabilidade e Gestão Ambiental, com MBA em Liderança e Gestão Pública e diretora do Instituto Positivo (IP).