Artigo de Gustavo Brito (*)

Como reduzir os eventos inesperados da sua planta industrial? Como identificar os sistemas mais adequados para fazer a gestão de alarmes e anomalias com o grau de confiança necessária para o bom funcionamento do processo industrial?

O primeiro passo é estabelecer os pontos sensíveis com base em situações que ocorrem no dia a dia em uma determinada planta industrial e buscar instalações robustas de proteção. Feito isso, é importante também relacionar os principais benefícios e seu retorno para os negócios com a adequada gestão de alarmes, aplicada para evitar ao máximo a perda de qualidade de produto e indesejadas paradas de produção.

E para se manter sempre alerta, é fundamental ter a real dimensão que o tema exige. Um exemplo disso são os dados que demonstram desconhecimento do impacto nocivo de uma gestão de alarmes pouco efetiva ou, até mesmo, fragilidades que resultam em falhas operacionais. Por isso, toda operação industrial requer melhorias operacionais contínuas para garantir a segurança e promover índices de eficiência a fim de atingir o aumento da eficiência operacional (processo mais próximo à condição ideal e com menos interrupções) e a expansão da inteligência dos alarmes (alarmes mais antecipados, assertivos, informativos ou até mesmo preditivos, melhorando a resposta do operador).

Deixo aqui alguns fatores indispensáveis para se levar em consideração ao gerir a adoção de alarmes condizentes com uma visão segura e, mais ainda, chamar a atenção para a importância de se utilizar uma solução robusta e com os melhores resultados:

·         A informação é o dado mais precioso e de maior valor, que se transforma em uma rica fonte para as tomadas de decisão e uma política bem definida nos processos industriais. Um histórico de dados deve ser registrado para acompanhamento constante para estudos futuros.

·         É muito subjetivo estabelecer os benefícios de uma boa gestão de alarmes, no entanto, com base em recursos mais analíticos, baseado em falhas ocorridas, é possível identificar e agir rapidamente para controlar os próximos episódios. Desta forma, indico a adoção de técnicas de Data Science para extração, limpeza, classificação, mineração e visualização dos dados para apoiar a análise. A eliminação das ilhas de dados é fundamental para automatizar essas técnicas. Também é essencial envolver a equipe para auxiliar na identificação de ocorrências e interpretação dos insights.

·         O operador pode intervir, caso ocorra alguma situação anormal, tão logo seja alertado pelo alarme, sempre atuando a partir das regras de segurança do local. É preciso ficar atento aos níveis de alertas emitidos pelo sistema, que variam o grau de complexidade para atuar em determinados eventos.

·         O monitoramento e avaliação constantes integram o ciclo de gestão de alarmes. Ambas as ações devem ser realizadas por profissionais qualificados e capacitados para executar tais funções, associadas à correta aplicação de ferramentas adequadas para esses processos.

·         O fluxo de trabalho também deve ser seguido à risca, considerando o funcionamento da planta industrial, inclusive quando esta sofre alterações em sua estrutura.

·         E, por fim, é fundamental a adoção de um processo de trabalho com foco na aplicação de metodologias ágeis, possibilitando ações mais rápidas e uma dinâmica de acordo com a recuperação de valor do ativo.

(*) Gustavo Brito é Diretor de Digital Industry da IHM Stefanini, empresa do Grupo Stefanini