O empreendedorismo no Brasil vem crescendo ano após ano. É o que diz o Mapa de Empresas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que aponta que foram criadas 2,3 milhões de empresas nos primeiros sete meses deste ano. Quando fazemos um recorte para o estado do Nordeste, por exemplo, segundo dados do Serasa Experian, Bahia obteve mais de 15 mil empreendimentos abertos, ficando à frente de Pernambuco e Ceará com mais de 10 mil; Paraíba com mais de 5 mil; Maranhão com mais de 4 mil; Rio Grande do Norte e Alagoas com mais de 3 mil; e Piauí e Sergipe com mais de 2 mil.

Quando trazemos para a pauta a discussão sobre o incentivo ao empreendedorismo nas universidades dessas regiões, a Universidade Federal do Piauí (UFPI) é uma das referências. De acordo com o último Ranking de Universidades Empreendedoras (RUE), divulgado pela Confederação Brasileira de Empresas Juniores, a UFPI ocupa a 4° posição com destaque para seu Programa InovaUFPI, que direcionou R$ 250 mil para nove projetos inovadores, os quais foram vinculados à Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Teresina (INBATE/UFPI).

“O apoio governamental dentro das universidades do norte e nordeste é extremamente importante para alavancar e incentivar o empreendedorismo nessas regiões. Muitos projetos nascem dentro das universidades e viram grandes cases de sucesso, por isso nós enquanto agentes do ecossistema, precisamos ficar atentos e implementar cada vez mais atividades de qualificação de projetos científicos que possam transformar o futuro do país”, afirma Ana Calçado, fundadora da Wylinka, organização sem fins lucrativos que apoia a transformação do conhecimento científico em soluções que melhoram o dia a dia das pessoas.

Pensando nisso, a especialista reforça que existem quatro principais elementos que comprovam que a universidade é o melhor local para incentivar o empreendedorismo.  São eles:

Centros de inovação e incubadoras: muitas universidades estabeleceram incubadoras de empresas e centros de inovações, essas instalações oferecem espaço, recurso e suporte técnico para estudantes que desejam transformar suas ideias em empresas reais. 

Pesquisas aplicadas: as universidades da região estão envolvidas em pesquisas que podem ter aplicações práticas em setores locais, como na agricultura, energias renováveis e entre outros, criando oportunidades para o desenvolvimento de uma startup e empreendimentos que visam resolver as dores da região. 

Rede de apoio: o empreendedorismo muitas vezes floresce em ambientes onde existem redes de apoio e incentivo sólidas, as universidades conseguem conectar empreendedores a mentores e investidores e outros parceiros de negócio, conseguindo “fazer acontecer”. 

Desenvolvimento regional: muitas universidades focam em empreender visando o desenvolvimento regional, por isso, por muitas vezes motivam empreendedores a criar negócios e soluções que não apenas gerem lucros, mas também contribuam para o desenvolvimento socioeconômico dessas áreas. 

“É importante explicar que o empreendedorismo pode surgir em qualquer lugar. Contudo, acreditamos que é na universidade que se oferece um ecossistema favorável com apoio para promover o espírito empreendedor que o jovem pode tirar sua ideia do papel e fazer florescer, trazendo bons resultados e soluções”, finaliza Ana. 


Sobre a Wylinka - Fundada em 2013, a Wylinka é uma organização sem fins lucrativos que tem como propósito transformar o conhecimento científico em inovações que melhorem o dia a dia das pessoas e promovam o desenvolvimento econômico, social e sustentável do Brasil. Por meio de projetos de aceleração e gestão da inovação de base científica, a Wylinka transforma pessoas, negócios, organizações e ecossistemas. Ao todo, já contabiliza mais de 7.670 pessoas capacitadas, 127 instituições apoiadas, 2.972 soluções de base tecnológica, 940 tecnologias mapeadas e 2.576  atores e parceiros do ecossistema mobilizados.