Por Ana Cláudia Ulhôa
A quantidade de informações geradas todos os dias através dos meios digitais não para de crescer. Segundo a consultoria IDC, no ano que vem devem ser produzidos 44 zetabytes de dados em todo o mundo. Já em 2025 esse número deve chegar a 163 zetabytes. Para que as empresas possam analisar esse grande volume de informações com agilidade e qualidade é necessário investir no que chamamos hoje de big data. Durante o Future Summit 2019, evento realizado pelo Polinize em parceria com a ESPM, que acontecerá no dia 07 de novembro, a partir das 9h, no campus Álvaro Alvim, o CTO da Tembici, Jones Madruga, explicará como funciona esse setor e o que esperar desse mercado.
Formado em arquitetura da informação pela Universidade de Brasília, Jones Madruga atua na área de tecnologia desde 2011. Após passar por empresas como AIS Digital, Stoodi e Educar 3.0, Jones ingressou na Tembici, startup que oferece projetos de estações, patinetes e bicicletas compartilhadas, com o objetivo de utilizar dados para impactar positivamente os grandes centros urbanos. “A gente já realizou mais de 20 milhões de corridas em toda a América do Sul, então é um volume de dados gigantesco, e é com base neles que a gente consegue devolver valor para a sociedade, pois com essas informações as cidades podem aprimorar o seu planejamento urbano e melhorar a vida de milhões de pessoas”, afirma.
De acordo com Jones, a área de big data ainda é muito recente em todas as partes do globo. No entanto, o Brasil tem caminhado a passos um pouco mais lentos do que os demais países nesse caminho. “Acho que agora que as empresas estão começando a olhar para os dados e tratá-los de maneira melhor. Um exemplo de que isso está acontecendo agora é a própria legislação que entrará em vigor no próximo ano. Ou seja, faz pouco tempo que estamos dando a devida atenção a esse setor”, esclarece.
Jones Madruga ressalta que investir em big data nos dias atuais é essencial para qualquer tipo de negócio, pois através da análise de informações é possível compreender melhor os hábitos e necessidades de seu cliente e criar estratégias para atendê-lo de forma mais adequada. Na Tembici, aos dados gerados pelas bicicletas e patinetes espalhados pelas ruas são utilizados, por exemplo, para definir locais de implantação de estações, melhorias no aplicativo que é acessado pelo usuário, entre outros. “Acho que as empresas que não fazem o uso de dados estão correndo o risco de alguém ouvir os clientes deles e passar a oferecer um serviço ou produto melhor”, diz.
Para quem deseja trabalhar com big data, Jones explica que existem três funções básicas dentro do setor, que são: analista de dados, cientista de dados e engenheiro de dados. Como essas são profissões muito novas, ele conta que ainda falta mão de obra especializada no mercado. “Hoje eu tenho abertas aqui na área de tecnologia mais de 20 posições, e estamos com dificuldade de encontrar pessoas boas e que sejam interessadas. Então acaba sendo bastante comum pegarmos recém-graduados e terminar de formá-los aqui dentro da empresa”, revela.
Pensando nos profissionais que querem conquistar uma dessas vagas, Jones Madruga lembra que é preciso ter algumas qualidades, como uma boa lógica de programação, gostar de trabalhar com dados, ter capacidade para resolver problemas e atuar com camadas de abstração. Ele afirma que nem sempre o conhecimento técnico é o mais importante. “Muitas vezes as pessoas se preocupam mais em ter domínio das ferramentas, mas é uma área muito recente em que as coisas ainda estão surgindo. Só para dar um exemplo, uma das ferramentas que utilizamos aqui foi lançada ano passado, então uma pessoa sênior nela tem um ano de experiência”, destaca.
Os estudantes e profissionais que tiverem interesse em conhecer mais sobre big data e as oportunidades da Tembici têm até o dia 6 de novembro para realizarem suas inscrições pelo site www.futuresummit.com.br