Por Sandra Maura, CEO da Topmind

Com o avanço da chamada Era Digital, empresas de todos os portes e segmentos agora se veem diante de uma constante busca por inovação. Afinal, é preciso estar sempre um passo à frente da concorrência, com as estratégias e condições adequadas para que as organizações alcancem o máximo sucesso.

Nesse cenário, sem dúvida, dois componentes são vitais para estabelecer qualquer planejamento hoje em dia: a tecnologia e as pessoas. Não por acaso, tem crescido o número de empresas que estão apostando em novas ferramentas para unir essas duas perspectivas em todos os departamentos, inclusive durante as etapas de contratação dos profissionais. É esse o foco que dá origem ao que o mercado tem chamado de RH 4.0, em alusão à Quarta Revolução Industrial, trazida à tona com o surgimento das novas tecnologias digitais, como a Computação em Nuvem, Analytics e Big Data.

Na prática, o RH 4.0 está fortemente influenciado pelos avanços tecnológicos, transformando o papel da antiga área de Recursos Humanos, sobretudo em missões como seleção, retenção de talentos e gestão diária das atividades corporativas. Inserido em uma realidade digital e altamente conectada, o RH agora está mais voltado à gestão estratégica de profissionais, buscando entender quem são os talentos da casa e como eles podem ser melhor utilizados e mais produtivos no ambiente de trabalho, somados aos especialistas de mercado que podem ser contratados para projetos específicos.

É esse cenário que tem feito com que mais da metade das empresas brasileiras estejam redesenhando seus programas de RH para alavancar ferramentas digitais e móveis. De acordo com uma pesquisa da Delloite Brasil, 33% das companhias já usam algum tipo de tecnologia de Inteligência Artificial (IA) em seus processos seletivos e 41% utilizam aplicativos em seus serviços de recursos humanos.

A utilização de modernas tecnologias permite benefícios como a possibilidade de otimizar o sistema de recrutamento e seleção de colaboradores, melhorar a gestão da folha de pagamento e facilitar o manejo de documentos. Além disso, hoje, companhias de diversos segmentos já estão testando a integração de plataformas de controle de ponto e de avaliações de desempenho como serviços on-line à disposição dos funcionários.

As empresas devem se preparar para uma realidade nova, na qual até mesmo a gestão e os processos organizacionais serão virtuais – assim como a rotina de trabalho das pessoas que fazem parte das organizações. É essencial, portanto, que os líderes ofereçam uma experiência adequada, que valorize a presença desses profissionais.

A adoção de tecnologia tem como grande papel a possibilidade de simplificar as tarefas diárias, automatizando as ações que demandariam muito tempo das pessoas. Nesse sentido, a Transformação Digital tem tudo para ser uma grande aliada dos times de RH, ajudando-os a desenvolver novas estratégias em busca dos candidatos mais preparados a este “novo mundo”.

Por outro lado, a integração entre tecnologia e pessoas de uma empresa deve ser feita seguindo alguns cuidados. Um deles, por exemplo, é a necessidade de manter a estrutura e os sistemas sempre funcionando. Parece simples, mas essa é, certamente, uma questão importante para o sucesso da transformação digital de qualquer processo corporativo: a experiência dos clientes finais com os recursos de TI precisa ser positiva.

Isso quer dizer que, basicamente, a tecnologia deve estar sempre disponível e os colaboradores precisam saber como usar os recursos, extraindo o real valor dos sistemas a seus expedientes e funções. Caso haja algum tipo de necessidade, por sua vez, é imprescindível que o suporte e o atendimento sejam ágeis e confiáveis o suficiente para manter o nível de satisfação dos usuários em dia.

É recomendado, contudo, que tanto o desenvolvimento quanto a aplicação e manutenção desses sistemas sejam feitas com o apoio de parceiros especializados que consigam ajustar a integração conforme as demandas e características de cada empresa, criando assim soluções mais assertivas e adequadas à realidade dos usuários.

O engajamento das equipes em relação à adoção de novas tecnologias é o retorno que essas aplicações e recursos entregam à vida das companhias e a facilidade que elas entregam ao trabalho diário dos colaboradores. Por exemplo: a tecnologia pode permitir que os profissionais de RH façam testes seletivos específicos para diferentes perfis de candidato, possam utilizar ferramentas mais ágeis - como videoconferências - e ainda simplificar o fluxo de informações entre diferentes áreas, filiais ou unidades da mesma empresa. Esse tipo de resultado é o que permite mostrar a importância do investimento em TI e gerar uma cultura orientada à inovação, com a participação de todos.

Com isso, podemos afirmar que o atual papel do RH é contribuir para o desenvolvimento estratégico dos negócios, tendo a tecnologia como um fator de competitividade. Quem melhor explorar os benefícios dos sistemas com a ajuda de empresas de consultoria de TI estará, sem dúvida, à frente do mercado.