Artigo por Guilherme Uzeda, gerente de eficiência digital da Neo

A RPA (em inglês, robot process automation) ou automatização de processos por robôs de software é uma tecnologia que, como o próprio nome diz, permite a automação dos processos de um negócio e é focada fundamentalmente nas tarefas rotineiras e repetitivas. Cada vez mais utilizada por gestores que precisam cobrir lacunas em sistemas e eliminar ineficiências em processos, sobretudo aqueles que contemplam tarefas rotineiras e repetitivas que são executadas por pessoas. O RPA possibilita que processos extremamente manuais sejam executados de forma automática, com os robôs tomando conta de processos repetitivos de ponta a ponta, com total segurança.

Apesar da reputação inovadora e da força que ganhou nos últimos tempos, o RPA não é uma novidade. Na verdade, a automatização de processos por meio de robôs ganhou força a partir da década de 1990, e de 2010 para cá, vivemos o auge da sofisticação desta tecnologia, possibilitado pelos avanços computacionais e uso da inteligência artificial. Com forte orientação para o usuário final, a RPA pode resolver problemas complexos de automação em integração com outras tecnologias. Entre suas vantagens, podemos citar que a tecnologia é do tipo não invasiva, ou seja, a programação dos robôs não requer modificação das aplicações com as quais interagem. Além disso, é importante destacar que o RPA é nativamente conforme à LGPD, o que elimina o risco de sequestro de dados, uma vez que a solução pode rodar em um ambiente seguro, sem contato com humanos ou com o mundo real. O RPA tem, por origem, proteções sistêmicas que garantem que ele não será “abusado”, como costumamos dizer em linguagem técnica, por um agente mal-intencionado.

Os segmentos que mais demandam soluções de RPA são os de facilities, serviços, automotivo, seguros e financeiro. Pode não parecer, mas os processos em todos esses segmentos são muito parecidos - faturamento é faturamento em qualquer lugar, assim como abertura e cancelamento de conta, por exemplo. Às vezes, até os sistemas utilizados são os mesmos; a particularidade está justamente nos processos, e é aí que entra a inteligência advinda da automação. De acordo com uma pesquisa realizada este ano com executivos e profissionais de finanças do mundo inteiro pela Bain & Company e a Research Now, a adoção do RPA deve dobrar nos próximos dois anos. Já a Gartner indica que mais de 30% dos Conselhos de Administração de grandes empresas têm a automação dos processos de negócios como prioridade estratégica. Para se ter uma ideia, o investimento em RPA cresceu 63% só no ano de 2018, chegando ao patamar de US $846 milhões, e alcançou a marca de US $1,3 bilhão em 2019. Pelas projeções da Forrester Research, a adoção de sistemas de RPA promete movimentar em 2021 US $2,9 bilhões. Indo além dos números, é possível entender o dinamismo da RPA quando entendemos a sua forte orientação para o usuário final, mais as possibilidades de resolução de problemas complexos.

Não é exagero dizer que o RPA já é algo essencial, que ainda será tão essencial quanto um celular, e que se a sua empresa ainda não investiu nisso, provavelmente irá investir. Se não tivéssemos automações, a economia provavelmente não funcionaria no ritmo que temos hoje. A necessidade do RPA advém das complexidades dos processos e sistemas nas empresas, que geralmente são custosos para serem modificados. O RPA pode ser a alternativa não só para otimização, como também para fazer com que duas aplicações que geralmente não “conversam” passem a trocar informações entre si, de forma totalmente automática. Dessa forma, o fator humano, imprescindível para o sucesso e condução das organizações, passa a ser mais bem aproveitado em tudo aquilo em que o olhar de um colaborador faz a diferença.