*Alexandre Tibechrani, General Manager Latam da Ironhack
O mundo está cada vez mais digital e os últimos anos têm mostrado que é preciso estar preparado para lidar com situações nunca antes vistas, como a preocupação com segurança cibernética e crime em ambientes digitais. Além disso, o número de dados com que lidamos está aumentando cada vez mais e, por sua vez, a gama de dispositivos digitais com os quais interagimos. A transformação digital e a adaptação forçada ao trabalho remoto também fizeram com que as empresas repensassem a importância de ter um ecossistema virtual, preparado para enfrentar possíveis ataques cibernéticos.
Por todo esse cenário, hoje a cibersegurança é uma pauta cada vez mais relevante dentro das companhias, já que o ambiente corporativo tem lacunas que propiciam novos e complexos riscos de fraudes, desenvolvidos por criminosos cada vez mais criativos e inovadores. Considerada uma proteção para as informações que são processadas, armazenadas e transportadas nos sistemas interligados das empresas, a segurança no espaço virtual se tornou algo fundamental para a manutenção dos negócios. Portanto, atualmente nenhuma organização minimamente estruturada pode se dar ao luxo de não contar com profissionais especializados que entendam e saibam lidar com o bloqueio das ameaças digitais. Afinal, um ataque hacker tem o custo médio de recuperação de aproximadamente US$ 2,5 milhões.
Quando falamos sobre ataque cibernético, entendemos qualquer ação ilegal que seja realizada online e que tenha o objetivo de destruir e danificar computadores, meios eletrônicos e redes de internet. A Royal Academy of Engineering define esse termo como uma forma de ciberguerra ou ciberterrorismo em que, combinado com ataque físico ou não, é feita uma tentativa de impedir o uso de informações do adversário, sistemas ou o acesso a ele.
Recentemente, o Laboratório Cristália, complexo industrial farmacêutico, comunicou ao mercado ter recebido um ataque cibernético criminoso, que resultou na indisponibilidade de parte de seus sistemas e operações. No mês passado, o site e aplicativo das Lojas Renner também sofreu um crime parecido, que afetou parte de seus sistemas e de sua operação. Não só as grandes empresas correm esse risco, prefeituras de mais de 30 municípios brasileiros também registraram ocorrência de ataques cibernéticos desde o final do ano passado, segundo levantamento da Trend Micro. Entre as atingidas, estão: Vitória, Florianópolis, Belo Horizonte, Cuiabá, Campinas e outras.
Para evitar que falhas como essas se repitam em empresas públicas ou privadas é fundamental que a segurança cibernética exista, com diretrizes, princípios e ações claras visando a proteção dos recursos comerciais e dados estratégicos. Porém, ainda observamos que há uma ausência de investimentos e capacitação das companhias no setor e esse panorama é tão evidente quanto a baixa quantidade de profissionais especializados. A informação é corroborada pelo Consórcio Internacional de Certificação de Segurança de Sistemas de Informação (ISC), que aponta a necessidade de formação de 29 mil trabalhadores na área de segurança cibernética para atender a atual demanda do mercado nacional.
Essa lacuna é uma oportunidade para quem deseja se reinventar, já que hoje é possível se tornar um profissional especializado em poucas semanas. Isso é possível porque há disponíveis no mercado cursos intensivos baseados em uma metodologia de aprendizado por meio de vídeos, testes, jogos e simulações, que ajudam os interessados a aprender a defender sistemas reais. Esses treinamentos ajudam ainda a identificar todos os aspectos de vulnerabilidade do negócio no ambiente digital e também mapear pontos fracos, em que podem ocorrer ataques virtuais.
Além das pessoas em si que visam uma mudança de carreira e são atraídas pelo salário médio de R$ 13 mil pago aos analistas, de acordo com dados da plataforma Glassdoor, os cursos podem ser uma ótima possibilidade para as empresas investirem na formação de profissionais especializados em cibersegurança dentro do próprio quadro de colaboradores, principalmente aquelas que contam com equipe reduzida na área ou possuem dificuldades para encontrá-los no mercado. Certamente esse tipo de iniciativa pode ser uma ação inteligente para incentivar a formação de uma quantidade maior de especialistas na área, além de atenuar o problema da escassez de talentos. Como diz o provérbio chinês: antes de iniciar a tarefa de mudar o mundo, dê três voltas na tua própria casa.
*Alexandre Tibechrani é General Manager Latam da Ironhack, escola global de tecnologia e programação presente no Brasil e em outros oito países.
Sobre a Ironhack
A Ironhack é uma escola de tecnologia global de renome internacional, que oferece bootcamps e cursos imersivos em Desenvolvimento Web, UX/UI Design, Data Analytics e Cibersegurança. Com campus em Madrid, Barcelona, Miami, Paris, Cidade do México, Berlim, Amsterdam, São Paulo e Lisboa, a Ironhack ajudou mais de 8.000 estudantes a escrever as suas histórias de vida através da tecnologia. Hoje em dia, a Ironhack auxilia também algumas das melhores empresas do mundo a contratar, treinar e reter talentos de alta tecnologia, incluindo marcas como a Microsoft, Visa, Capgemini, Siemens e Santander. Mais informações: https://www.ironhack.com/br