Startups e empresas adaptam modelo de trabalho para retorno pós-pandemia
Startups e empresas, de diferentes setores, anunciam adaptação de seus modelos de trabalho para o ambiente remoto
Com a pandemia do novo coronavírus, muitas empresas se viram obrigadas a repensar a forma de trabalho. Nesse contexto, o home office se tornou prática comum nos últimos meses. Empresas e startups de diferentes setores têm planos para o pós-pandemia e anunciam a adaptação de seus modelos de trabalho para o ambiente remoto, ou até mesmo um modelo ‘híbrido’ - forte tendência para os próximos meses.
A Maria Brasileira, maior franquia multisserviços de limpeza e cuidados residenciais e corporativos, está atuando no modelo híbrido. A cada semana, parte da equipe trabalha home office e parte vai para o escritório, onde também são adotadas medidas de distanciamento e uso de itens de segurança, como máscaras e álcool gel. No pós-pandemia, a empresa voltará às atividades normais na sede da empresa, em São José do Rio Preto (SP). No entanto, experiências positivas adotadas na pandemia seguirão no pós-Covid, como os treinamentos gerenciais e consultorias, que continuarão sendo feitos por videoconferências. A convenção nacional da rede também será virtual, prevista para dezembro.
A mineira Bagy, plataforma que ajuda o pequeno e médio lojista a criar seu próprio e-commerce, também vai adotar o modelo híbrido para os colaboradores que moram em Belo Horizonte, onde a empresa está sediada, e home office para aqueles que estão fora da capital. Com a pandemia, a empresa cresceu muito, inclusive em número de funcionários, por isso, não será possível voltar a ser como antes.
Para a ilegra, empresa global de design, inovação e software, a migração para o trabalho a distância não se mostrou um grande desafio. A companhia já tinha a cultura não-presencial, atuando há dez anos em formato de squads remotas e tendo construído metodologias para desenvolver projetos de produtos digitais e fazer a gestão de pessoas nesse formato de produção. Agora, assume oficialmente o trabalho a distância para todos os times, fechando o escritório de São Paulo e investindo no replanejamento de sua sede em Porto Alegre (RS), tornando-o um espaço colaborativo para reuniões de time e postos de trabalho no modelo de coworking. Internamente, a percepção dos times, especialmente os de tecnologia, é de que o home office oferece uma melhoria na qualidade de vida, além de aumento da produtividade e da comunicação entre colaboradores. Desde o início do ano, a empresa continuou ampliando seu quadro de funcionários, estando, hoje, com mais de 70 vagas abertas em diversas áreas, a serem ocupadas por profissionais de qualquer parte do Brasil.
A leadlovers também pensa em um escritório como um hub de relacionamento. A empresa de automação de marketing digital planeja um modelo de trabalho híbrido e vê a sede de Curitiba com um papel socializador, onde as equipes poderão se encontrar, receber clientes ou usar a infraestrutura, se necessário. Desde que a pandemia começou, a empresa já contratou 19 pessoas, que foram treinadas para o remoto.
A plataforma MeuVizinho.me, primeira rede social de consumo local do Brasil, que possui sede em Caxias do Sul (RS), já nasceu durante a pandemia, em esquema home office. O trabalho remoto deu tão certo que a ideia da empresa é ter um pequeno núcleo, em esquema de coworking, para momentos específicos, como reuniões estratégicas entre os sócios e colaboradores. No entanto, os funcionários de todos os departamentos, como administrativo e tecnologia, permanecerão no esquema home office de maneira definitiva.
A Embracon, uma das principais administradoras independentes de consórcio do mercado, com sede em Santana de Parnaíba, manterá o home office de sua área administrativa até o dia 04 de janeiro de 2021. Após essa data, os colaboradores poderão escolher entre o modelo 80x20, ou seja, quatro dias de home office e um dia na empresa, ou o modelo tradicional para os colaboradores da matriz e de Campinas, em São Paulo. A Embracon disponibilizará dois andares do prédio para trabalho presencial e os colaboradores terão que agendar o horário de trabalho na empresa, com limite de 20% do volume de funcionários por dia. Quem optar pelo modelo 80x20, poderá escolher um kit de trabalho, que contará com mesa, cadeira e modem de internet.
Do mesmo grupo da Embracon, o UP Consórcios também adotará o modelo híbrido a partir de janeiro, com quatro dias home office e um dia na empresa para consultores, gestores e equipe de sustentação. Já os colaboradores pré-vendas voltarão à rotina no escritório, 100% presencial. A empresa também está tomando medidas com relação ao suporte para quem vai trabalhar de casa, enviando um técnico para checar se as mesas, cadeiras e equipamentos de iluminação, por exemplo, estão adequados para o trabalho remoto.
Empresa global especializada atendimento online, a Inbenta analisa o modelo híbrido. A expertise do trabalho remoto já era dominada pela empresa, com escritórios em diversas localidades, no entanto, a adesão durante a pandemia trouxe benefícios interessantes, como o estímulo à troca de informação e comunicação com as equipes mais distantes. Outra ponto que está sendo analisado é a possibilidade de, junto a parceiros, fazer a locação de espaços em coworking em conjunto, dividindo custos e promovendo o networking.
A Zarpo, agência online de viagens, havia previsto o retorno das atividades no escritório em agosto. No entanto, em pesquisa realizada com os colaboradores, eles disseram que não se sentiam seguros para voltar. Então a empresa adotou o home office por tempo indeterminado e considera avaliar um modelo mais flexível após a pandemia. Segundo a empresa, o RH está estudando quais medidas serão adotadas para a segurança das pessoas em um possível retorno e a diretoria analisando o modelo ideal.
A catarinense Gofind, localizador de produtos nas proximidades, ainda segue os protocolos de distanciamento e os colaboradores continuam em home office, sem planos de voltar ao trabalho presencial. A medida será reavaliada conforme a situação do coronavírus na região em que atua, Joinville.
A Group Software, com sede em Belo Horizonte, também precisou se adequar e se reinventar a esse novo momento, e o modelo híbrido foi o escolhido. Segundo a empresa, o resultado tem sido muito positivo, pois, além de respeitar as regras de segurança, tem conseguido manter o nível de entrega dos serviços e a produtividade da equipe. Apesar de toda a mudança e os desafios impostos, a equipe de marketing e vendas conquistou um recorde histórico, com um crescimento de 70% entre março e julho, em relação ao mesmo período do ano anterior, principalmente pela ampla demanda do mercado por ERPs em Nuvem. O resultado variou entre os departamentos, já que cada setor tem a sua necessidade e peculiaridade, mas a companhia está acompanhando de perto para fazer os ajustes necessários para trazer o bem-estar do colaborador e alcançar os objetivos esperados. No geral, o saldo foi muito positivo e esse modelo de trabalho continuará vigorando por muito tempo.