Pela primeira vez no Brasil, evento dinamarquês uniu negócios de sustentabilidade no Cubo para debater futuro do mercado “verde”
Aconteceu no dia 28 de novembro, no Cubo em São Paulo, a primeira edição latino-americana do Greentech Challenge. O evento faz parte da São Paulo Tech Week e mostra inovação verde para o mundo, destacando o trabalho de startups dos países onde passa.
Das 12 empresas brasileiras selecionadas para um bootcamp de 3 dias, as vencedoras anunciadas no evento foram Green Mining, que trabalha com coleta de lixo reciclável via catadores registrados em rede colaborativa; aBiosolvit, que leva ao mercado suas tecnologias de alta absorção de óleo; e a EcoPanplas, que reaproveita óleo de embalagens para que sejam utilizados novamente.
O Greentech Challenge foi criado pelo diretor do Green Innovation Group, o dinamarquês Martin Petersen e Frederik Van Deurs.
Durante sua fala de abertura, o Martin destacou a satisfação de estar no país. “Se você não liga para as pessoas, pense no seu bolso. Hoje não faz mais sentido fazermos uma refinaria de petróleo, por exemplo”, alertou. A abertura foi feita por ele e pelo representante do Challenge no Brasil e Fundador da Build From Scratch Tiago Brasil Rocha.
O objetivo do evento foi mostrar que apostar em empresas verdes é estar atento a negócios promissores e demandas futuras dos consumidores e indústria. Com a presença de grandes players, um dos primeiros painelistas foi o Secretário de Infra-Estrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Marcos Penido.
Responsável pelo Projeto de despoluição dos rios Pinheiros e Tietê, ele reforçou como o setor público pode agregar ao desenvolvimento de novas tecnologias. Juntamente com ele estava Juan Quirós, presidente da SP Negócios, que destacou que a São Paulo Tech Week hoje já é maior que a Londres Tech Week.
Uma pesquisa recente do banco suíço UBS mostrou que os investidores brasileiros valorizam mais o meio ambiente do que o restante do mundo. Segundo o estudo, 97% têm interesse em empresas sustentáveis e que 65% já aposta nelas.
Durante o dia, foram realizados painéis para discutir empreendedorismo sustentável, o papel blockchain e o mercado de startups verdes. As atividades reuniram nomes como Francisco Jardim, sócio do fundo SP Ventures; a suíça Alessandra Sollberger, CEO da Evermore Health e referência em criptomoedas; Ricardo Gravina, diretor da Climate Ventures; e Bruno Profeta; head do fundo FIMA da Inseed.
“Podemos ter uma crise muito grande de refugiados climáticos. É um bom negócio fazer preservação” disse o painelista Gilberto Ribeiro Filho, sócio da Vox Capital.
O desafio Greentech
O grande destaque do Challenge ficou para os pitches - apresentações curtas - das startups brasileiras selecionadas para o desafio. Durante os três primeiros dias - entre 25 e 27 de novembro - elas foram treinadas por meio de interações com mentores na FEA-USP. Ao todo, o Greentech Challenge recebeu 200 inscrições de startups de todo o Brasil.
As vencedoras foram premiadas com a possibilidade de assistirem aulas de mestrado em empreendedorismo na FEA-USP, 10 mil dólares para utilizarem na plataforma de desenvolvimento Amazon Web Services e mentoria da AdeSampa (Agência São Paulo de Desenvolvimento), iniciativa da Prefeitura de São Paulo voltada para o empreendedorismo que recentemente criou o projeto GreenSampa.
Confira as outras 8 selecionadas e participantes do desafio: Piipee, Meu Copo Eco, Sinctesys, Plataforma Verde, Cerensa, Green Farm CO2 Free, Papel Semente e Sauvez.
Sobre o Greentech Challenge:
Evento dinamarquês que há 5 anos roda o mundo todo para buscar empresas e startups sustentáveis. É uma marca do Green Innovation Group, uma das empresas líderes em inovação verde. Grandes players do setor participam de painéis para discutir o futuro deste mercado e 12 startups selecionadas apresentam suas ideias de alta escalabilidade. Mais de 70% das startups que participaram do Greentech Challenge aumentam o capital em cerca de 500 mil euros.