Artigo por Nérope Bulgareli, CEO da ZigPay
No mundo atual das rápidas mudanças tecnológicas e sustentáveis, aliados à evolução financeira das instituições e a importância da experiência do cliente, os meios de pagamento como alternativas ao dinheiro em espécie estão se tornando uma realidade sem volta.
Acelerar a transição para sistemas socioeconômicos não mais baseados no uso de papel-moeda - a "sociedade sem dinheiro" - é essencial. Alguns países já estão avançados nesse mercado, e em pouco tempo países emergentes seguirão o mesmo caminho cashless, aproveitando oportunidades e explorando benefícios sistêmicos, como maior segurança nas transações, maior transparência e surgimento de novos serviços.
Não é inconveniente quando vai comprar bebida em algum evento, mas a fila está enorme? Ou quando o atendente do caixa não tem troco para a nota? Para solucionar esses e outros problemas, o cashless vem para melhorar a experiência de pagamento/consumo para os clientes.
Como o próprio nome sugere, cashless é um sistema de pagamento 100% sem dinheiro em espécie, que agiliza e traz mais segurança nas transações financeiras, sem fricção. Afinal, penso que o objetivo é que as pessoas aproveitem os momentos de lazer sem se preocupar com o como e quando pagarão pelos serviços que consomem. Quando falamos de cashless society, pensamos exatamente nisso, afinal, o dinheiro é uma fricção, pois é necessário ter troco, carregar cédulas, trocar moedas. Nesse sentido, o cashless torna a vida mais fluida.
O pagamento via cashless traz muitas vantagens, além de ser extremamente flexível. A primeira é o controle, já que é possível acompanhar as transações por meio das ferramentas de pagamentos digitais. Dessa forma, você sabe como e onde está gastando o seu dinheiro. A segunda vantagem está na melhoria das experiências de pagamento e de consumo.
Pensando como sociedade, o cashless reduz o custo transacional da moeda e, quando esse custo é reduzido, tirando a fricção, a moeda circula mais, criando mais dinheiro, incentivando o consumo e, consequentemente, movimentando mais a economia.
Nos últimos tempos, tivemos um grande avanço na construção dessa sociedade sem dinheiro, seja com o cartão de débito/crédito, QR Code ou com o PIX, mas acredito que ainda temos um longo caminho pela frente, principalmente no Brasil. Além da questão cultural, que contribui com essa limitação de progresso rápido, temos a conectividade, como principal facilitador para este tipo de transação financeira sem dinheiro.
Esse caminho já vem sendo trilhado, e um exemplo disso é o crescimento dos bancos digitais com cartão de crédito e débito. Eles trouxeram uma revolução na forma como realizamos transações bancárias, estimulando digitalização e inclusão financeira para todas as camadas da sociedade, mesmo no Brasil, que é um país com muita desigualdade, não só financeira, mas também geopolítica.
Essa desigualdade pode ser percebida na disparidade entre grandes cidades, que já usam e possuem uma boa aceitação em relação ao cashless, comparado a municípios pequenos, especialmente no interior, que ainda não aderiram ou não possuem tanta confiança nas transações digitais.
Vimos que no cenário de pandemia, com o pagamento do auxílio emergencial, muitas pessoas que ainda não tinham acesso a bancos ou digitalização financeira, se viram obrigadas a se adaptar para receberem o auxílio.
Com isso, muita gente se “bancarizou”, fazendo com que a digitalização e o uso dos pagamentos digitais crescessem, se tornando um hábito. Assim, essa nova realidade, junto ao PIX e bancos digitais, vem mudando. Essa facilitação ajudará muito a melhorar a experiência e o acesso que já é uma realidade. As pessoas só precisam continuar se adaptando a esse cenário.
Já no universo do entretenimento com os eventos, bares e baladas, o pagamento via cashless já está um passo adiante. Apoiados na tecnologia, podemos oferecer essa forma de pagamento sem fricção, tendo uma relação muito mais tranquila com a questão do pós-pago e pay per-use, onde, de fato, o consumidor não precisa pagar toda vez que consumir algo, como é o caso dos Estados Unidos, por exemplo.
Esse público geralmente é mais jovem e essa é uma grande vantagem, pois esse jovem é educado, desde cedo, a digitalização financeira e do consumo, onde você tira o dinheiro, tira o cartão das transações e gera mais informação e controle.
Acredito que essa geração vai ser a grande responsável pela implantação de fato da cashless society, pois ao ter uma boa experiência com o cashless nos lugares em que costuma frequentar, começa a se questionar o porquê dessa forma de pagamento não ser difundida em todo comércio e setor de serviços.
Resumindo, a cashless society é uma sociedade sem fricção no pagamento, sem fila, sem perda de tempo e, principalmente, um caminho sem volta - fazendo com que você realmente aproveite a vida, os momentos de diversão e tenha escolhas.
No setor de eventos e entretenimento estamos fazendo a nossa parte, com a oferta de tecnologia e gestão de consumo. Afinal, todo mundo tem uma rotina estressante e a última coisa que uma pessoa quer, quando sai para se divertir, é se preocupar com filas e pagamentos, ainda mais pós-pandemia, período em que fomos privados por questões de força maior de sermos os seres sociáveis que somos.