Varejo: inadimplência registra alta de 7,4% no 1º trimestre de 2021
Levantamento realizado pelo Meu Crediário refere-se às compras realizadas pelos consumidores no crediário em janeiro, fevereiro e março e que estão atrasadas entre 61 e 90 dias
A inadimplência do crediário no varejo de moda registrou aumento de 7,4% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Índice Meu Crediário, pesquisa que mede os níveis de inadimplência junto a cerca de 200 varejistas do país. De acordo com o levantamento, durante o período neste ano as lojas tinham a receber R$ 40,6 milhões e desse montante R$ 3,4 milhões (8,59%) foram pagos com atraso.
O índice de inadimplência do primeiro trimestre refere-se às compras realizadas pelos consumidores em janeiro, fevereiro e março e que estão atrasadas entre 61 e 90 dias. Após 90 dias, o cliente já é considerado inadimplente pelos órgãos de proteção de crédito. Realizado pelo Meu Crediário - fintech especializada no setor - o levantamento possui um nível de confiança de 95%.
De acordo com Jeison Schneider, CEO do Meu Crediário, este aumento é natural do período, em razão das contas de início de ano, mas também é reflexo da pandemia. “A inadimplência um pouco mais elevada no período é comum, pois normalmente ela é puxada pelos tributos e contas do começo do ano, principalmente para o público do crediário - classe C e D - que geralmente encontra mais dificuldade de organizar a vida financeira nesta época. Porém, temos ainda para compor este cenário um efeito colateral da pandemia, que deve permanecer durante o ano, e o fim do auxílio emergencial. No segundo trimestre devemos ter uma estabilidade neste indicador e no terceiro e quarto, este índice deve cair, mas ainda ficar acima se comparado com o ano passado”, explica.
Alta no crediário
O crediário próprio ganhou muito espaço em 2020 e continua com forte demanda em 2021. No primeiro trimestre deste ano, o Meu Crediário analisou um volume de crédito de R$ 47,6 milhões, um aumento de 54% na comparação com o ano passado, cujo valor foi de R$ 31 milhões. “Muitas redes varejistas perceberam que estão carentes sem uma solução de crediário próprio e, por isso, estão buscando por tecnologia nesse sentido agora. A operação de crediário está passando por uma forte digitalização e agregando valor para o consumidor brasileiro. Nos próximos anos a tendência é que muitas lojas passem a ter operações financeiras desenvolvidas por intermédio da operação de crediário já estruturada”, afirma o executivo.
Proprietário de um sistema de gestão especializado no crediário próprio do comércio varejista, o Meu Crediário idealizou o levantamento com intuito de trazer um panorama completo sobre o desempenho da modalidade no varejo de moda brasileiro. Dentro do setor, o crediário hoje representa em média 40% do faturamento dos lojistas.