Nos últimos anos, acompanhamos o crescimento do segmento de saúde em diferentes partes do mundo. Segundo dados de um levantamento realizado pela Liga Ventures, em parceria com a PwC Brasil, o número de healthtechs (nome dado para startups que desenvolvem soluções para o setor) cresceu 16,11% no Brasil entre 2019 e 2022. Esse aumento, fez com que os investidores olhassem com mais atenção esse mercado, movimentando R$1,79 bilhão em 36 operações de fusões e aquisições.
O grande holofote para as startups de saúde aconteceu devido à pandemia da Covid-19. Tal fato alavancou diversos tipos de operações dentro do setor, como aumento do uso da telemedicina, prontuários eletrônicos, olhar mais cuidadoso e humano ao efetuar um atendimento ao paciente, além de discussões sobre os avanços na integração de dados e como isso pode impactar positivamente toda a cadeia - médicos, pacientes e hospitais.
Quando falamos sobre integração de dados, posso destacar que o Open Health é o próximo passo para a evolução da saúde. Digo isso porque vem sendo debatido sobre os diversos benefícios que esse modelo aberto de compartilhamento de dados pode trazer para a saúde. Um deles é a questão do histórico médico, ou seja, independente de qual hospital ou clínica o paciente tenha passado, o Open Health permite concentrar todas as informações sobre o tratamento em um só local, proporcionando mais agilidade e segurança no compartilhamento desses dados entre médicos e instituições de saúde.
Além disso, os pacientes terão o poder de decidir em relação aos seus próprios cuidados e escolher a melhor opção para suas necessidades, uma vez que tenham acesso a todos os registros médicos. Outro ponto está relacionado a transparência que o segmento de saúde precisa ter em relação aos atendimentos e diagnósticos realizados. Todo esse compartilhamento servirá também para guiar o desenvolvimento de novos tratamentos para algumas doenças e auxiliar em tratamentos e prevenções.
Enfim, diversos são os benefícios que o Open Health pode proporcionar para a saúde. Claro que não podemos deixar de lado a questão da LGPD, uma vez que estamos falando sobre dados e informações de pessoas e esse ponto deve ser de extrema importância para garantir a segurança de todos. Ainda enxergo que há um caminho a se percorrer em relação a esse tema, mas precisamos ficar de olho porque a tendência é que sejamos ainda mais integrados para oferecer um atendimento mais humano e uma experiência cada vez mais inovadora.
*Gustavo Comitre é Diretor de Produto da Doctoralia, maior plataforma de saúde do mundo.