Por Lorelay Lopes
Sabemos o quanto é difícil atingir os objetivos. Tem o esforço que envolve nosso trabalho pra ganhar dinheiro, se planejar para guardar o suficiente para realizar os sonhos ou, ao menos, dar uma entrada em uma linha de crédito que nos ajude a conquistá-los.
Cuidamos das contas do dia a dia e, muitas vezes, invertemos as prioridades: gastamos demais com o que não é importante e deixamos os objetivos para depois. Por isso, o planejamento financeiro é a chave do sucesso, não apenas para adquirir mansões e iates. Faz parte do sucesso de acumular conquistas, desde o sono tranquilo porque você sabe que os boletos estão pagos, até a realização dos objetivos pequenos. Então, mais importante do que ganhar é aprender a gastar e, consequentemente, aprender a guardar.
Vou destacar alguns números alarmantes, não pra te deixar desesperado, mas para motivá-lo a investir no seu “pé de meia”. Analise alguns resultados do ano passado:
1. Dólar flutuante, deslizante, e todos os outros "adjetivos";
2. Aumento dos alimentos e bens de consumo, mega aumento inclusive;
3. Mais de 64 milhões de brasileiros inadimplentes, considerando que temos 211 milhões de habitantes no país, entenda que este é um problema gigante;
4. Mudanças no sistema previdenciário com novos horizontes de idade e de recebimentos;
5. Instabilidade econômica e política;
6. Aumento constante da Taxa de Desemprego, hoje são mais de 13 milhões de pessoas sem renda;
7. Ausência de Educação Financeira da maioria da população.
Mais de 67% das famílias brasileiras estão atualmente endividadas, segundo dados da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurados mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Pode-se imaginar que esse número seja reflexo da atual situação econômica do país. No entanto, entre 2010 e 2011, quando o Brasil vivia um dos seus melhores momentos econômicos, com uma taxa de desemprego por volta de 6%, o percentual de famílias endividadas foi em média 60,7%.
Esse parâmetro de comparação deixa claro que planejamento financeiro não é exclusivo pra quem ganha super bem. Na verdade, tem gente que se endivida justamente porque começou a ganhar mais do que estava acostumado e, consequentemente, começou a gastar ensandecidamente.
Outro dado importante: nos últimos 50 anos, a expectativa de vida do brasileiro aumentou mais de 25 anos. Isso significa que, em meio século, a idade média das pessoas passou de 48 para 75 anos. A notícia é boa, mas nos faz refletir se estamos nos preparando para este futuro. Alguns de nós vão passar dos 100 anos, e isso te deixa tranquilo ou desesperado?
A Inadimplência entre os mais maduros tem aumentado, e muito. Isso acontece pela grande oferta de crédito, mas também porque viver está cada vez mais caro. Viver de aposentadoria não é fácil para a imensa maioria das pessoas: somente 1% são independentes, 25% são obrigadas a trabalhar mesmo depois de aposentados, 28% dependem de caridade e 46% dependem de parentes para sobreviver.
E quando perguntados sobre o que fariam de diferente se pudessem voltar atrás, a resposta de 38% deles é: teria começado a economizar mais cedo e 47% diz que teria gasto menos.
Então por que precisamos aprender sobre educação financeira? Para ajudar a responder, vamos fazer uma conta rápida. Ana começou a guardar dinheiro com 20 anos. Guardou 200 reais por mês durante 10 anos, dos 20 aos 30 anos. Júlio começou a guardar aos 30 anos e guardou durante 20 anos a mesma quantia: 200 reais, dos 30 aos 50 anos. Quem tem mais dinheiro guardado na conta aos 50 anos? Usaremos uma taxa de 1% ao mês, ela é exagerada, mas deixa o resultado bem lindo. Preparado?
Julio R$ 626.992,83 - ganho financeiro
R$ 72.000 - 3 X mais contribuições
Total: R$ 698.992,83
Ana R$ 1.629.961,68 - ganho financeiro
R$ 24.000 – contribuições
Total: R$ 1.653.961,68
Calma, se você passou dos 20 e ainda não começou, dá tempo. Mas entenda, comece logo. Não deixe pra 2022. Lembre-se: ano novo, vida nova e com as finanças em dia!
*Por Lorelay Lopes é Head de Negócios do UP Consórcios, fintech da Embracon