Por Priscila Araújo, Gerente Geral de Recursos Humanos da NEO
Mais que uma necessidade, o trabalho é um item essencial para o sucesso de qualquer ser humano. Além de garantir o sustento, uma oportunidade de emprego ensina para a vida as dinâmicas dos relacionamentos e do crescimento social. No caso dos jovens, o primeiro emprego ajuda a treinar a importância da resiliência e das competências sócio-emocionais. O início da vida profissional revela a importância da cidadania, e o quanto é importante aprender a traçar objetivos.
Estar inserido em uma grande empresa ensina ao jovem a dar valor às coisas e ao próximo. Sobre como a atuação em equipe é importante. Em meu dia a dia na área de Recursos Humanos da NEO (que, por sinal, é a maior empregadora de jovens na cidade de Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo), procuro mostrar aos profissionais mais novos que o primeiro emprego é "o" grande passo rumo à vida adulta e à independência financeira. Considero essencial que o jovem que está em nossa estrutura tenha a visão de que é com os ganhos obtidos em seu trabalho que ele poderá traçar planos e definir objetivos de vida. Pensar, com tranquilidade, em seu futuro. E pode parecer paradoxal, mas é nessa fase, a do primeiro emprego, que o jovem precisa, sempre que possível, aproveitar para poupar e, por incrível que pareça, já traçar planos para a sua aposentadoria!
Os desafios e as dificuldades enfrentadas pelos jovens no mercado de trabalho são bem típicos. Por isso, entender e compreender essas necessidades é bem relevante. Além da falta de experiência, a grande competição pelas vagas intimida quem não se sente (ou não está) tão preparado. Segundo dados do IBGE, a taxa de desemprego no Brasil foi de 14,7% no primeiro trimestre de 2021, um número que reflete a crise que o país vivencia.
Trata-se de uma imensa responsabilidade lidar com as ansiedades de um público tão inquieto e, ao mesmo tempo, sedento por oportunidades. O primeiro emprego, para a maioria dos jovens com quem lido, é como um portal para um universo de possibilidades. Mas, apesar desse cenário interessante, a realidade do emprego para os jovens no Brasil não é nada simples, e pensar nela me faz colocar os pés no chão. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados em 2021 mostraram uma alta no número de jovens sem ocupação no país. Este é um problema que vai além dos números da economia, e se desenha na forma de uma realidade cruel: sem emprego, os jovens, principalmente os de baixa renda, não conseguem investir em qualificação, e sem as ferramentas necessárias, fica praticamente impossível vislumbrar um futuro melhor.
Proporcionar chances aos mais jovens não só ajuda a dinamizar o mercado de trabalho, como também é crucial para o desenvolvimento e progresso da sociedade como um todo. Investir nesses profissionais é contribuir para a formação de novos cidadãos. E cidadãos preparados, cientes de seu lugar no mundo, ajudam organizações dotadas de responsabilidade a crescer. Quem segue essa receita está dois passos à frente, sempre.